quinta-feira, setembro 24, 2009
CLAREZA E SENTIDO DE ESTADO...PRECISAVAM-SE
Aqui há uns dias, ouvi Manuela Ferreira Leite no matinal Forum da TSF.
A certa altura, um ouvinte coloca esta questão exemplarmente concreta, de forma exemplarmente sintética : se for eleita, o seu governo avança com a construção da barragem do Sabor, ou dará prioridade à manutenção da ainda existente linha férrea ?
Sustive a respiração. Pela minha parte, de alguém com sentido de Estado, eu esperaria uma resposta concreta e objectiva, assim do género : temos de diminuir a nossa dependência energética, que actualmente é dramática ; portanto, sem qualquer reserva, optarei pelo prosseguimento da indispensável construção da barragem, procurando salvar, da linha férrea, aquilo que puder ser salvo.
Mas não. Ferreira Leite terá achado que perderia votos se concordasse com uma medida tomada pelo actual Governo. Enredou-se numa série de considerações politicamente correctas : que sim senhor, mas que talvez não, que iria fazer uma reavaliação. Como quem procurava agradar e sossegar simultaneamente a quem for a favor da barragem ou contra ela.
Já se sabe há muito que quem procura agradar a toda a gente, acaba por desagradar a todos.
Logo a seguir, um ouvinte do PCP, aproveitando umas declarações infelizes feitas por Ferreira Leite sobre as nossas relações com o país vizinho, lançou-se numa diatribe acusando o Governo de se vender a Espanha, e José Sócrates de ser uma espécie de Miguel de Vasconcelos. Sustive de novo a respiração. Esperava uma resposta que representasse uma discordância, um simples distanciamento perante aquela torpe acusação quase insultuosa. Ferreira Leite assobiou para o ar e limitou-se também a dar uma resposta politicamente correcta, repetindo as suas teses de que iria reavaliar a construção do TGV de Lisboa para Madrid . Embora lá para o fim acabasse por dizer que de modo nenhum as suas opções políticas eram aos do PCP, não fosse algum ouvinte ficar com a ideia de que o PSD por ela liderado tinha feito uma tal espúria aliança .
Fiquei esclarecido. Às vezes há pequenas coisas, ditas ou feitas, que fazem um pequeno clique no meu espírito. Há pequenas gotas de água que fazem transbordar um copo.
Aqui há uns dias, ouvi Manuela Ferreira Leite no matinal Forum da TSF.
A certa altura, um ouvinte coloca esta questão exemplarmente concreta, de forma exemplarmente sintética : se for eleita, o seu governo avança com a construção da barragem do Sabor, ou dará prioridade à manutenção da ainda existente linha férrea ?
Sustive a respiração. Pela minha parte, de alguém com sentido de Estado, eu esperaria uma resposta concreta e objectiva, assim do género : temos de diminuir a nossa dependência energética, que actualmente é dramática ; portanto, sem qualquer reserva, optarei pelo prosseguimento da indispensável construção da barragem, procurando salvar, da linha férrea, aquilo que puder ser salvo.
Mas não. Ferreira Leite terá achado que perderia votos se concordasse com uma medida tomada pelo actual Governo. Enredou-se numa série de considerações politicamente correctas : que sim senhor, mas que talvez não, que iria fazer uma reavaliação. Como quem procurava agradar e sossegar simultaneamente a quem for a favor da barragem ou contra ela.
Já se sabe há muito que quem procura agradar a toda a gente, acaba por desagradar a todos.
Logo a seguir, um ouvinte do PCP, aproveitando umas declarações infelizes feitas por Ferreira Leite sobre as nossas relações com o país vizinho, lançou-se numa diatribe acusando o Governo de se vender a Espanha, e José Sócrates de ser uma espécie de Miguel de Vasconcelos. Sustive de novo a respiração. Esperava uma resposta que representasse uma discordância, um simples distanciamento perante aquela torpe acusação quase insultuosa. Ferreira Leite assobiou para o ar e limitou-se também a dar uma resposta politicamente correcta, repetindo as suas teses de que iria reavaliar a construção do TGV de Lisboa para Madrid . Embora lá para o fim acabasse por dizer que de modo nenhum as suas opções políticas eram aos do PCP, não fosse algum ouvinte ficar com a ideia de que o PSD por ela liderado tinha feito uma tal espúria aliança .
Fiquei esclarecido. Às vezes há pequenas coisas, ditas ou feitas, que fazem um pequeno clique no meu espírito. Há pequenas gotas de água que fazem transbordar um copo.