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segunda-feira, setembro 28, 2009

AS OPORTUNAS PRIMEIRAS PEDRAS

Estamos agora em tempos do que vai ser uma movimentada pre-campanha para a eleição da Câmara Municipal da Figueira para os próximos 4 anos . Por parte do actual executivo camário, e à falta de inauguração de obra feita, temos ou vamos ter anúncios de obra a fazer, visitas de Suas Altezas Reais, homenagens a vivos e a ausentes, distribuição de medalhas de bronze, prata e ouro a colectividades, e colocação de primeiras pedras.
Foi este, por exemplo, o caso do novo - velho (de mais de 4 anos...) hotel de charme no Paço de Maiorca. Segundo li na imprensa, vai abrir daqui a 18 meses, e a sua primeira pedra foi festivamente festejada ( e publicitada...) em festa presidida pelo Presidente da Câmara (ena..tanta redundância literária..desculpem lá...! ), arrancando as obras na semana que já passou, ao que foi prometido. Por coincidência, mesmo em próximas vésperas da campanha eleitoral para as autarquias.
As obras estão orçadas em 6 milhões de euros (ME). Há todavia uma coisa que não percebo. O projecto aguarda resposta de uma candidatura a fundos europeus, no valor de 2 ME . Se ainda se aguarda resposta, não existe ainda a certeza de que a comparticipação venha a ser concedida. Ao que julgo saber destas coisas feitas com fundos comunitários, tem de haver concurso público antes da obra ser adjudicada e iniciada. Mas então como é? As obras já se iniciaram na semana que passou ? Sem concurso público e sem adjudicação?
A Sociedade Paço de Maiorca (SPM) , da qual a empresa municipal FGT tem 49% do capital, vai ter de “emparelhar” os 2 ME dos fundos europeus com 4 ME obtidos pela própria SPM . Presumo que a sócia da FGT ( a sociedade da Quinta das Lágrimas) “entrará” com metade; e a própria FGT com a outra metade, ou seja 2 ME. Onde os vais buscar? De novo ao orçamento da Câmara Municipal? A novo empréstimo ? Poderá essa verba ser “encaixada” nos já apertadíssimos limites da enorme dívida municipal, ou dos problemáticos orçamentos dos dois anos quem aí vêm? É o que estou para ver.

Já agora, um comentário impertinente.
Se o negócio é assim tão bom para o Município, e o negócio vai ter retorno, então porque é que aqueles que nos orgãos municipais, promoveram, propuseram, apoiaram ou votaram a favor do mesmo negócio, não subscrevem quotas da dita Sociedade Paço de Maiorca. Que dizem a uns razoáveis 10% do capital , distribuidos por meia dúzia dos ditos apoiantes ? A distribuição do capital poderia então ficar assim :
- Quinta das Lágrimas : 50%
- Município : 40%
- Investidores locais com grande visão e louvável espírito de “empreendedorismo”, e para dar o exemplo : 10 %

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