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domingo, agosto 30, 2009

UM INSINUANTE E DELICIOSO PERFUME...

Tradicionalmente, pelo dia 24 de Agosto de cada ano da graça de Nosso Senhor, há na Figueira da Foz uma solene cerimónia, dita de homenagem a Manuel Fernandes Tomás (Manoel Fernandes Thomaz, na versão mais jetessética dos seus descendentes...) . Tem em geral ampla cobertura jornalística por parte da imprensa local.
A cerimónia mete autoridades, nobreza e povo, em geral vestidos com fatos domingueiros. Costuma tambem meter bombeiros, fardados a rigor, perfilados com aprumo, enquanto se faz um minuto de silêncio pelo senhor, falecido há quase 200 anos, se produzem ditirâmbicos discursos em seu louvor , e se deposita uma coroa de flores junto da sua tumba. Ocupa umas horitas bem medidas dos seus numerosos participantes . Fazem parte, dizem alguns, da melhor tradição cultural da Figueira da Foz, revelando o acrisolado amor pela Liberdade que enche o coração dos figueirenses.
Queiram perdoar-me a irreverência e a iconoclastia, mas para mim elas têm um insinuante e delicioso perfume “clochemérlico” ( ver Nota)...

Nota
Clochemérlico : adjectivo que acabei de criar agora mesmo, a partir da palavra Clochemerle.

Clochemerle é o título de um delicioso e naif filme francês do final dos anos quarenta, que satiriza a vida de uma pequena vila francesa, designada por Clochemerle. Conta uma história sobre as questões e as polémicas surgidas em torno da construção de um urinol. A inauguração deste dá lugar a uma cena, na altura hilariante para os meus 10 anitos, que não esquecerei, vista no autêntico Cine Paradiso dos domingos à tarde, no velhinho cine-teatro Sá de Miranda...

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