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sexta-feira, agosto 21, 2009

PROMESSA INSENSATA

A líder do PSD , na entrevista dada à RTP1, jurou a pés juntos que não iria aumentar impostos, caso o PSD viesse a formar o próximo Governo. Penso ser uma declaração insensata, que só se compreende ter saído da boca de uma economista defensora de “uma política de verdade”, por cedência a imperativos eleitoralistas. Pode acreditar em tal promessa quem for gente de muita fé, daquela que acredita no Pai Natal ou nos milagres da Senhora de Fátima.
Em 2002, o PSD também havia prometido o choque fiscal, e que não haveria aumento de impostos. Foi o que se viu. O Governo do PSD, de que a actual líder do partido foi Ministra das Finanças, aumentou os impostos . Não teve outro remédio, para além de, com imaginativa engenharia financeira, ter recorrido a truques de cosmética que ficaram nos anais. Truques que não tinham nada de “politica de verdade”, deve sublinhar-se.
Em recente artigo de opinião (PUBLICO de 17 de Agosto passado), escreveu Rui Moreira, um lúcido economista de direita, mas que gosta de pensar pela sua cabeça :

(...) a nossa economia é muito aberta e, para o mal e para o bem, depende da conjuntura internacional, que está longe de estar resolvia (...)
Além disso, há riscos no horizonte. Não se conhece, ao certo, qual será a elasticidade dos preços dos combustíveis fósseis, mas sabe-se que um aumento súbito da factura energética pode causar um novo solavanco na economia mundial.
Além disso, será preciso avaliar o que sucederá quando os Governos decidirem (ou forem obrigados a decidir) corrigir os défices públicos, que se agravaram durante o último ano. É que, como se sabe, os Estados só o podem fazer através do aumento das receitas dos impostos, da redução do investimento público ou do corte nas despesas correntes de funcionamento, e qualquer destes vectores inibe o crescimento económico.
Ou seja, e no nosso caso, no momento em que for preciso pagar a factura das medidas que o Governo tomou em situação de emergência - e esse momento dependerá, em última análise, de uma decisão externa - a nossa economia pode vir a sofrer um arrefecimento e entrar, de novo, em recessão.
(...)

Do menu das três receitas ou estratégias acima referidas para corrigir o défice, a líder do PSD já eliminou uma, categóricamente. Restam portanto as outras duas. Reduzir o investimento, significará desaproveitar muitas e muitas verbas em princípio disponibilizadas pelo QREN . Se tenciona ir cortar nas despesas correntes de funcionamento, convinha desde já sabermos em quais se propõe fazer isso.

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