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quarta-feira, agosto 19, 2009

HORTAS SOCIAIS

Um aplauso para a Câmara Municipal de Coimbra, pelo empenhamento demonstrado na criação de hortas sociais urbanas, com o objectivo de revitalizar a prática de exploração agrícola em zonas sub ou peri-urbanas onde haja terrenos devolutos e disponíveis para o efeito. (ver aqui e aqui ). No Bairro do Ingote, por exemplo, já existirão 25 dessas hortas. A boa “moda” tem-se espalhado.
Há umas semanas, e na sequência de uma sugestão que lhe foi apresentada através de uma petição com 100 mil assinaturas, o Presidente Obama criou uma pequena horta nos jardins da Casa Branca onde, pelo menos em teoria e para efeito de dar o exemplo, a sua mulher e as suas filhas têm cultivado leguminosas, vegetais e fruta.

Não sou muito dado a fantasias mais ou menos bem intencionadas mas revestidas de puerilidade nos seus propósitos. Mas acho que a ideia tem muito boas pernas para andar . Não vai decerto resolver o gravíssimo e preocupante problema que é dependermos nós, portugueses, numa escala de 80%, da importação de bens alimentares. Mas difundida e ampliada, poderá pelos menos mitigá-lo, ainda que marginalmente . E poderá sobretudo ter um papel pedagógico e dar um contributo para ganharmos melhor consciência da importância da nossa “terra” e da nossa agricultura na nossa subsistência . Pena é que , neste dominio, a Câmara Municipal da Figueira da Foz não saiba ou não queira desempenhar um papel de pioneirismo, ou de pelo menos de primeira linha, como acontece com a Câmara de Coimbra.


Prédios e fogos para habitação, a Figueira já tem, construidos, quanto baste de oferta para satisfazer a procura durante umas quantas décadas. Não precisa por isso de afectar para o efeito mais solos peri-urbanos destinados à criação de novas frentes de construção. Terá sim é de cuidar da recuperação de muitos prédios ao abandono ou em pre-ruina nos núcleos urbanos centrais e consolidados. Verdade seja que, com maus exemplos dados pela Câmara Municipal, como o do Castelo Engº Silva, não iremos longe.
Os solos da várzea de Tavarede, entre o núcleo antigo desta freguesia urbana e a avenida Sá Carneiro (solos já parcialmente “comidos” pelos acessos às novas variantes do IC1), e entre esta e a avenida Amália Rodrigues, têm aparentemente boas condições para explorações agrícolas de pomares e hortas. Tirando uma ou outra pequena talhada cultivada com milho, feijoeiro ou macieiras, estão na sua maior parte cobertos de mato ou de canaviais . Quase o mesmo se pode dizer da área que seria destinada, dizia-se, para um “futuro parque urbano”.

Desde há 8 anos, à entrada da Figueira, no fim da IP3, existe uma ridícula placa de sinalização indicando esse tal “futuro parque urbano” . Ao menos, vamos lá, mude-se a placa para “ futura horta social” . E comece-se desde já a criar esta. Não se pede que a Câmara Municipal lhe afecte muitos recursos financeiros, que já se sabe que escasseiam. No caso vertente, bastará que desempenhe um papel promotor, impulsionador, coordenador e facilitador.

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