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domingo, julho 19, 2009

UMA FOLGA APROVEITADA?...

À boleia de um salvante programa disponibilizado pelo Governo, com o imaginativo nome de “Plano de Recuperação Extraordinária de Dívidas do Estado” ( com o não menos imaginativo acrónimo de PREDE) para pagamento das dívidas das autarquias aos fornecedores , (e consequente injecção de liquidez na economia real) a execução orçamental da Câmara Municipal da Figueira da Foz viu-se este ano provida de uns 11,8 milhões de euros adicionais, caídos qual maná sobre a tribo de Moisés a atravessar o deserto. Muitas dívidas já foram pagas. Algumas tão antigas como tendo 2 anos...disso sei eu.
A dívida total da Câmara da Figueira no final de 2008 era a seguinte ( em milhões de euros) (Nota):

- Dívida a bancos ( médio e longo prazo) : 21,6
- Dívida a fornecedores : 35,6
- Dívida total : 57,2

Aquele balão de oxigénio fez obviamente baixar a dívida a fornecedores. Contudo, como foi facultado a título de empréstimo, e segundo o principio dos vasos comunicantes, fez reduzir a dívida a fornecedores em 11,8 milhões de euros mas fez aumentar a dívida à banca em igual montante.
A situação devedora teria então passado a um perfil semelhante a este (em milhões de euros) :

- Dívida a bancos : 33,4
- Dívida a fornecedores : 23,8
- Dívida total : 57,2

A dívida total não foi por isso alterada, por efeito desta prenda abençoada. Poderia tê-lo sido, logo se verá, se tiver havido amortização de empréstimos à banca. Esta não costuma perdoar. Não é como os fornecedores, aos quais sempre se pode ir dizendo para “assentarem” o calote na pipa, pois se tal não aceitarem perdem um cliente. Mau cliente, mas apesar de tudo um cliente .
Agora com um inconveniente, todavia. A Câmara terá de passar a pagar juros à banca , coisa que não fazia aos fornecedores credores. O que dará acrescida tensão à gestão das despesas correntes.

Falta saber se, neste tempo de braza pre-eleitoral, o actual executivo, com a folga agora criada, não se porá a fazer, por aí, uns gastos “extraordinários” com obras “eleitoralistas” de última hora, e a distribuir subsídios por conta, adiando outra vez o pagamento das facturas aos fornecedores. Assim fazendo de novo crescer a divida a curto prazo para próximo dos 35,6 milhões de Euros que se registava antes de ter caído o tal maná de Moisés. É o que veremos depois quando apresentadas as contas de 2009. Se assim acontecer, ou logo se vê, ou o próximo Presidente da Cãmara que se desenrasque...
Nota
A dívida total era de :
- 8,9 milhões de euros no final de 2000
- 8,6 milhões de euros no final de 1997

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