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quarta-feira, julho 22, 2009

PROPOSTAS E PROMESSAS

A meio desta legislatura, cheguei a esperar que José Sócrates tivesse aprendido a lição do erro de, em 2005, ter feito promessas levianas que depois verificou não poder cumprir. Tudo leva a crer que não aprendeu.
Perturbado pela derrota nas eleições europeias, pelo acosso do PSD, traduzido por ameaçadoras sondagens, e por toda a má sorte e a série de maldições que sobre ele desabaram nos últimos tempos, desde a grave recessão mundial, passando pelo voluntarista e crónico desnorte do ministro Mário Lino, e até ao desafio taurino do ministro Manuel Pinho, o Primeiro-Ministro parece ter-se passado. Dia sim dia não, desatinou agora a fazer de novo promessas sobre promessas. Chama-lhes propostas. Pode chamar-lhe o que quiser. A percepção pelos eleitores é que são promessas. Depois, se José Sócrates voltar a ser Primeiro-Ministro, vão exigir a sua cobrança.
No fim de semana foram mais subsídios para os idosos e mais bolsas de estudo para estudantes. Ontem foi a vez das “propostas” de concluir até 2013 a rede nacional de cuidados continuados, e estender o cheque dentista a todas as crianças dos quatro aos 16 anos. É provável que para o fim de semana apareçam mais.

Ora não sei se José Sócrates terá feito bem as contas para saber se terá um nível razoável de disponibilidade orçamental para garantir o prometido. Duvido muito que o tenha feito e mais duvido que venha a ter essa disponibilidade.
Sem qualquer reserva, estou inteiramente de acordo com a crescente cobertura pelo Estado Social de todos os mais flagrantes défices de justiça social que ainda se verificam . Estou todavia ciente que, para realizar tal, e para simultaneamente controlar e reduzir o défice das contas do Estado, como será imperioso fazer, vai ser necessário aumentar os impostos. Sobre as classes altas, em primeiro lugar, sem dúvida. Mas também sobre a chamada classe média. Pela minha parte, concordo em que eu deva pagar mais impostos, e não protestarei se os tiver que pagar.

Mas convinha, convinha muito, que José Sócrates fosse desde já inequivocamente transparente, e esclarecesse como o vai fazer. A bem do seu bom nome, do bom nome do Partido Socialista, e
do bom nome da política

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