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quinta-feira, julho 30, 2009

HUMILDADE DEMOCRÁTICA NA POLITICA LOCAL

Há um pergunta que por vezes se costuma fazer a um candidato a Presidente da Câmara : no caso de não ganhar, fica como vereador?
A pergunta faz sentido. Quem vota quer saber se o candidato que pensa escolher está também disponível para exercer eventualmente o seu dever de cidadania ( frequentemente invocado como razão da respectiva candidatura....), com humildade democrática, como vereador, com funções executivas ou não. É uma missão igualmente muito digna e valiosa para a comunidade municipal. Os candidatos de perfil mais “jetessético” ou menos propensos ao trabalho político de base, mais humilde e menos mediático, costumam dar uma resposta politicamente correcta assim do género chapa 3 : não sou candidato a vereador, mas sim, sou candidato a Presidente da Câmara. Um habilidade esperta para tentar fugir à resposta. Mas a verdade é que não foge, e responde mesmo. Ou seja, que se não for eleito Presidente da Câmara, não fica, não senhor, como vereador. Que horror, que seca ! Não lhe dá nenhum protagonismo, não pode aparecer nas televisões, por isso nem pensar ser só vereador. Foi esta resposta que já deu Santana Lopes, sobre a eleição a ter lugar em Lisboa.
Às vezes, argumentam que, ao assim responderem, estão a ser muito leais e honestos perante o eleitorado. Era o que faltava, um candidato dizer que sim, que ficava como vereador, e depois, tendo perdido a eleição, se negasse a ser vereador. Era o que faltava, mas talvez existam por aí politicos capazes de o fazer. Já temos visto de tudo.
No caso da Figueira da Foz, e ao que se saiba, a pergunta já foi feita aos candidatos Daniel Santos e João Ataíde. O primeiro foi claro : sim, ficará como vereador, no caso de não ser eleito para Presidente da Câmara. Quanto ao segundo, deu uma a resposta tipo chapa três acima referida. Trocando por miudos: não fica como vereador no caso de não ser eleito para Presidente. O que, no seu caso, até se compreende bem a razão. Em tal cenário, terá forçosamente de regressar ao desempenho da função de titular de outro orgão de soberania, do poder judicial, no caso vertente . Assim contribuindo de resto para reforçar o quadro de uma indesejável promiscuidade entre poder judicial e luta politico-partidária. Sem o que ficaria sem meios de subsistência, como parece óbvio. O trabalho político de oposição eventualmente sequente ao acto eleitoral terá de ficar para uma figura secundária da sua lista. Ele que se amanhe e se desenrasque...
Falta agora fazer idêntica pergunta ao candidato Duarte Silva. Pela minha parte, estou muito curioso em conhecer a sua resposta.

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