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sexta-feira, fevereiro 06, 2009

O TENEBROSO E ATERRADOR CHIP

O Conselho de Ministros aprovou um diploma que estabelece a instalação obrigatória de um chip electrónico nas matrículas dos veículos automóveis, reboques, e motociclos.
Logo se levantou um alarido que ai Jesus, aqui d’el Rei, isto é o Big Brother, vai-se perder o direito à privacidade, vamos todos ser controlados, está em perigo a democracia. Já há quem apele para o Presidente da República, qual guardião último das liberdades democráticas, para chumbar o diploma. Os sujeitos do costume.
Quase falta sugerir que as viaturas não deveriam é ter matrícula nenhuma. Nem com chip, nem sem chip. Pois não é que a matrícula, com letras e algarismos, permite identificar a viatura, por onde ela anda, se está mal estacionada, se foi roubada, se o seu proprietário tem multas por pagar ?
É evidente (e o Governo faz mal em não o dizer claramente, sem subterfúgios) que o tenebroso chip não vai ser só para fazer os pagamentos das portagens nas auto-estradas. Cedo ou tarde vai servir tambem, sim senhor, para mais facilmente serem identificados veículos roubados, para controlar e facturar as viaturas que entrarem nos centros das grandes cidades ( como já acontece em Londres), para medir, controlar e reprimir os excessos de velocidade, para registar, de forma simples e rápida, os veículos mal estacionados, para identificar os veículos que não tenham seguro, não tenham ido à inspecção periódica, ou não tenham pago o imposto de circulação automóvel.
E daí? Acaso se trata medir e controlar aspectos da vida privada dos condutores? Nada disso. Tratam-se, pura e simplesmente, de aspectos da vida em comunidade, ligados à inter-acção de cada condutor ou cada viatura com os outros e as outras. Ou seja, com os direitos dos outros.

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