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sexta-feira, fevereiro 27, 2009

CIMEIRAS, PRESENÇAS E AUSÊNCIAS

As violentas críticas acerbamente hoje verbalizadas pela líder do PSD relativamente à ausência do Primeiro-Ministro ( e Secretário Geral do PS...) da “cimeira extraordinária” dos líderes da União Europeia, em Berlim, convocada para este próximo fim de semana, são a meu ver exageradas, descabidas e porventura apenas compreensíveis no contexto da guerrilha política que antecede um período eleitoral. Não ficam bem a um líder de um partido democrático que se propõe como alternativa e alternante. Assim como não lhe fica bem, rotular um congresso partidário de “festa” , com ar desdenhoso, por muito que se ache ( como acho...) que, hoje em dia, os chamados congressos partidários ( de todos os partidos...) são realmente meras cerimónias litúrgicas, e não verdadeiros e frutuosos foruns de reflexão, análise e de decisão política.
Possivelmente, se a decisão do Secretário-Geral do PS fosse a de ir à cimeira e anunciar, alto e bom som, que não ia ao encerramento do Congresso, em respeito pelos altos interesses nacionais, das mesmas vozes ouviríamos acusar que estava a ser populista e a fazer demagogia. É a política que temos.
Este tipo de cimeiras, sobretudo as de um dia só ou de escassas horas, são mais encenações do que propriamente reuniões das quais sejam de esperar resultados substantivos. Estes conseguem-se mais pela acção diplomática diária e sistemática, pela troca de posições passadas a escrito, por contactos bilaterais, e sobretudo pelo empenhado esforço de verdadeiros líderes e estadistas europeus dos Estados mais determinantes da União Europeia, que aliás é coisa que hoje vai sendo cada vez mais rara.
E depois, aqui para nós que ninguém nos lê. Tendo em conta o que está em causa, o Estado português estará muito melhor representado na cimeira pelo Ministro de Estado e das Finanças. Um bom e sábio ministro, a quem os cabelos brancos dão autoridade e carisma, e que percebe muito mais da crise económico-financeira, das suas causas, das suas consequências, e dos remédios que importa adoptar, que o Primeiro-Ministro, licenciado, a trouxe-mouxe, em não sei que curso de engenharia civil ou sanitária, pela defunta e mal afamada Universidade Independente.

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