<$BlogRSDUrl$>

domingo, janeiro 04, 2009

A RELAÇÃO CUSTO - BENEFÍCIO (2)

Para quem vem do sul para a Figueira , ali à chegada ao braço sul do Mondego, há dois bons exemplos de dois investimentos públicos com bem diferentes resultados das suas relações custo-benefício.
O primeiro exemplo é a nova Ponte dos Arcos. Custou 12,2 milhões de euros. Os seus benefícios são evidentes, e até em parte numericamente quantificáveis . São os vários milhares de litros de gasolina e gasóleo que as viaturas ligeiras, e sobretudo as pesadas, deixarão de consumir por não haver os congestionamentos e as longas filas de trânsito, ao longo de muitos meses e anos. É a redução ou eliminação do tempo de exasperante espera dos condutores, ou de perda do seu tempo de trabalho. É a maior facilidade e o menor tempo de percurso de ambulâncias levando o hospital como urgente destino. É o menor tempo que levam os camiões transportando mercadorias, como por exemplo papel e pasta de papel, para o porto comercial, permitindo optimizar os tempos de espera dos navios e reduzir os custos.

O segundo exemplo é contrastante com o primeiro. Trata-se da chamada “Marina “ da Gala. Custou 2,0 milhões de euros, cerca de 1/6 do custo da ponte. Não trouxe nem traz nada que se pareça com 1/6 dos benefícios da mesma ponte dos arcos. Seria bom conhecer-se uma quantificação ou uma relação descritiva dos seus benefícios. Ou seja, que se explique para que serve realmente, para além de permitr a atracação de uns quantos botezitos de pesca artesanal ou de recreio, e servir, todo aquele enorme espaço, de tranquilo poiso a alguns pescadores à linha de um ou outro robalito que por ali apareça distraido.
A promessa da obra data dos despreocupados tempos do santanismo (com Santana) e do guterrismo, durante o quais, populista ou beatificamente, se distribuia dinheiro a rodos, e se prometia a felicidade terrena para todos. Mais tarde, levou, claro, o apadrinhamento da Câmara Municipal e do governo Durão-Portas . Na sua qualidade de Ministro da Defesa, Paulo Portas fez questão de vir ele mesmo inaugurar a grandiosa obra da “Marina”, com muita festa, pompa, circunstância, entusiasmo e belos discursos . A lembrar a auspiciosa efeméride, ficou lá a inevitável placa de mármore com as inevitáveis letras a dourado, com a inevitável referência ao nome de Sua Excelência.

This page is powered by Blogger. Isn't yours?