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domingo, janeiro 25, 2009

OS RUIDOS E OS FACTOS

Escrevia Rui Ramos no Correia da Manhã de ontem :

“(...)No caso Freeport, basta saber que o essencial passa pela justiça portuguesa para adivinhar que o ruído será sempre maior que os factos(...).

Este já chamado de “freeportgate”, versão portuga, necessita realmente de ter muitas sombras esclarecidas e bem explicadas. Desde logo, por parte do Ministério Público e de alguns dos seus mediáticos procuradores. Desde logo, importa reflectir nas declarações do Procurador Geral quando ontem declarava ao PUBLICO que (cito de cor) o processo “ estava completamente parado e está agora a ser investigado porque foi avocado pelo DCIAP “ da não menos mediática procuradora-adjunta Candida Almeida. Foi então agora. E porquê só agora? Por exemplo, porque é que a reunião do Eurojust em que participaram procuradores do MP português, em Haia, foi em Junho passado, e as primeiras buscas só há 3 dias foram feitas?

Sobre este caso, remeto o leitor para estas avisadas reflexões .

Quase tudo o que os meios de comunicação têm revelado nos últimos dias era conhecido em 2002 . Por esses meios de comunicação social podia ter sido investigado, suscitado, questionado, em 2002, em 2005, nos anos entre 2005 e 2008. Até porque têm matéria relevante e putativamente polémica , no plano político, tal como o de se ter verificado inusitada celeridade na aprovação final do projecto por parte do Ministério do Ambiente, de que José Sócrates era ministro na altura. Nada disto é novo agora. Em 2002, e durante o governo do PSD/CDS era já tudo conhecido.

O que há de novo, conhecido e relevante agora, quanto a mim, são basicamente três factos :
- o facto de aparentemente se terem descoberto movimentos estranhos de dinheiros no ambito da empresa do Freeport ;
- o facto de se terem realizado buscas à casa e ao escritório de um meio tio de José Sócrates ;
- o facto desse meio tio se ter gabado de ter intermediado uma reunião entre os promotores do Freeport e o então Ministro do Ambiente

São os aspectos de uma eventual ligação entre estes factos e a decisão de José Sócrates, então Ministro do Ambiente, que importa ter urgentemente, muito urgentemente esclarecidos. Pela minha parte, acredito que não há tal ligação. E não havendo, tenho imaginação suficiente para saber como José Sócrates se possa estar a sentir injustiçado neste momento.
Tambem acrescento que se tal ligação houvesse, estaríamos perante uma situação de pre catástrofe nacional por razões que referi no anterior post.
O que não pode é este clima permanecer por muitos dias, e muito menos muitas semanas, sob pena de ficar em causa a governabilidade do País . Do que tenho dúvidas, conhecida como é a propensão que os magistrados judiciais portugas têm para o protagonismo mediático e o gosto que têm em aparecer nas televisões. O que os leva frequentemente a trabalhar arrastando os pés.

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