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quarta-feira, dezembro 31, 2008

UNS PINGOS DE OPTIMISMO

Ao deixarmos para trás o ano de 2008, começam aqui e acolá a surgir pingos de optimismo em declarações de pessoas ligadas ao mundo da actividade económica. São ainda pingos ligeiros, vindos de quem ainda não vê bem a luz ao fundo do túnel, mas suficientes para amenizarem uma certa angústia com que muitos portugueses vão entrar em 2009.
É por isso reconfortante ler a entrevista dada pelo economista Vítor Bento ao PUBLICO de anteontem. Alguém com já demonstrada propensão pessimista, anima o leitor com alguma dose de optimismo, embora contido.
Há uns anos resolveu completar a sua formação com um mestrado de Filosofia. Deu-lhe muito mais sabedoria, como ele próprio acentua, ao reconhecer que tem hoje “ uma visão muito mais enquadrada pela política, pela ética, pela filosofia” . Não seria mau incluir uma cadeira de Filosofia no currículo académico dos licenciados em Economia. Talvez pudesse dar uns pingos de sabedoria àqueles jovens empertigados yuppies de fato cinzento escuro, camisa e gravata de marca, às vezes com carreiras feitas nas Jotas partidárias, que por aí vemos nas instituições financeiras e nas empresas de auditoria .
Vale a pena realçar excertos daquela entrevista :

(...)
“Um dos riscos da actual crise, com o grau de incerteza e vulnerabilidade da economia, é que as pessoas deixem de gastar, e isso seria muito mau. O grande risco é a criação de uma espiral que se auto-alimenta, num terreno onde a palha é muito seca .
(...)
[2009] vai ser um ano muito difícil. Mas se vai ser o pior das nossas vidas, ninguém sabe. Há hoje um conhecimento que dá um arsenal maior para lidar com a situação. Tudo está em aberto. A curva continuará descendente na primeira metade do ano, mas creio ser possível que ainda em 2009 comece a subir.
(...) entre Outubro e Novembro houve situações em que a entrada em pânico teria sido perigissima. Mas houve a capacidade de não ceder. Estou a falar do mundo e de Portugal. Se as pessoas tivessem corrido a levantar os depósitos, teria sido uma catástrofe. Assustaram-se, mas não entraram em pânico.
(...)
(...) as autoridades pela Europa foram eficazes a restabelecer a confinaça, com declarações de garantias dos depósitos, oferecendo o manto protector do Estado. (...) as pessoas perceberam que seria como uma multidão fugir do fogo por uma porta estreita. Morreria mais gente na fuga que no fogo.
(...)
(...) Porque é através deles [dos bancos] que funciona a moeda e o crédito. Os bancos são o sistema de canalização. Se não funciona, a água não chega às pessoas. A ajuda do Estado não é aos donos dos bancos, é à economia” (...)


Desejo a todos os leitores do QuintoPoder um ano de 2009 que seja o melhor possível , em face das circunstâncias que durante ele vamos enfrentar . E votos de que no final de 2009, já com sinais claros de que o pior passou e que entramos a recuperar, possamos já todos desejar a todos, aí sim, de forma bem sorridente e optimista, um Muito Feliz e Muito Prospero Ano de de 2010 !

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