<$BlogRSDUrl$>

sexta-feira, dezembro 05, 2008

PARADOXOS DA POLITICA FINANCEIRA

Num primeiro impulso, poderei pensar, como pensei, que o aval do Estado para salvar o BPP da falência era uma decisão de uma grande injustiça social. Quem estava metido nos negócios do BPP, entrou para um negócio de risco. Arriscou, petiscou, acabou perdendo. Os recursos financeiros da comunidade não deveriam por isso ser usados para amortecer os prejuizos dos ricos senhores daquele banco. Mas a politica financeira, sobretudo em tempos de crise grave e perigosa, reveste-se frequentemente de paradoxos. O sentido de Estado pode em certos casos exigir que se tomem decisões à partida socialmente injustas.
Acabo de ouvir o Ministro das Finanças na SIC Notícias. Tenho-o por pessoa séria e competente. As suas razões, justificando a necessidade do envolvimento do Estado neste processo do BPP, conseguiram convencer-me.

Muitos dos indignados clamores que se ouvem ( assim em estilo de conversa de motorista de táxi) contra o que dizem ser o grande “escandalo” do Governo estar a compensar os ricos donos dos bancos, nacionalizando ou dando aval para evitar a sua falência, provêm em geral de que não é capaz de imaginar as consequências sociais para todos, ricos, menos ricos, remediados ou pobres, de um cenário de colapso dos sistema financeiro, com pânicos e corridas aos bancos, com filas de gente às suas portas, com todo o crédito paralizado, com as caixas multibanco vazias de notas. Coisa semelhante aconteceu na Argentina aqui há meia dúzia de anos (talvez mais). Não é experiência que eu recomende a ninguem. Rico, menos rico, remediado ou pobre.

This page is powered by Blogger. Isn't yours?