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quarta-feira, outubro 01, 2008

A VOCAÇÃO E O PAPEL DE UMA ASSEMBLEIA MUNICIPAL

Ontem deu-me para ir dar uma olhadela curiosa à Assembleia Municipal da Figueira. Não tive pachorra suficiente para ficar até ao fim. Duas horas foram consumidas no chamado período antes da Ordem do Dia. Houve de tudo.
Meteu muita oratória a soar a música celestial, queixumes e contas de mercearia sobre os subsídios que são ou deixam de ser dados às colectividades, porque esta recebe tanto e esta recebe menos, inspirados votos de congratulação, tricas e trocas de mimos entre bancadas partidárias, declaração de apoio à jornada de luta de não sei quê marcada para não sei quando, a incontornável querela sobre a gestão do hospital da terra, e o sempre demagógico aproveitamento do fecho do seu bloco de partos.
Pelo meio, merece destaque uma oportuna intervenção do Presidente da Junta de S. Julião, esta sim, bem enquadrada no que deve ser o papel e vocação de uma Assembleia Municipal. O Presidente da Junta argumentou e pronunciou-se contra um hipotético e gigantesco shopping que um conhecido empresário figueirense do negócio imobiliário quer instalar ali para os lados da Várzea de Tavarede ( a que, curiosamente, alguma imprensa regional tem feito publicidade, na forma de inocentes notícias com grande relevo ).
Como aqui já escrevi, partilho inteiramente da opinião que expressou . Está mais que provado que a construção de hiper centros comerciais em áreas periféricas das malhas urbanas contribui de forma poderosa para a crescente desertificação dos centros das cidades. Lisboa é disso um bom exemplo. A Figueira da Foz e em particular o seu Bairro Novo também, como consequência dos centros comerciais já instalados nas proximidades do parque de campismo. Pelo contrário, centros comerciais instalados nos corações dos centros urbanos, são verdadeiras “âncoras” ( como agora soi dizer-se...) para a revitalização dos mesmos. Os casos das lojas do Corte Inglês nos sempre animados centros das cidades espanholas ( e até em Lisboa), do Forum em Aveiro, e do shopping Estação em Viana do Castelo, são disso óptimos exemplos.
O Presidente da Junta de S. Julião chamou a atenção, e muito bem, para a possibilidade do aproveitamento do espaço entre a rua Cândido dos Reis e a rua Francisco António Diniz, em pleno coração do Bairro Novo, no autêntico “buraco” urbanístico ali existente, constituido pelo edifício do Trabalho e pelo antigo “centro de diversões” ( agora aproveitado para loja de chineses), com um beco pelo meio, cujos estados de decadência e de degradação são lamentáveis.

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