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sábado, setembro 20, 2008

A QUALIDADE DA DEMOCRACIA

Escreve Henrique Monteiro, no Editorial do EXPRESSO de hoje :


“(...) Ao criticar o exagero da líder do PSD, não posso deixar de recordar que as suas razões de queixa não são diferentes daquelas que o PS apresentava ( com igual exagero) no tempo em que Cavaco tinha maioria absoluta e era Manuel Ferreira Leire uma ministra despreocupada com a qualidade da nossa democracia. Se a crítica tanto a Cavaco como a Sócrates é exagerada, qual a razão de ser absolutamente certeiro o facto de de muita gente e muitas empresas parecerem ter medo de falar?(...)
Vive-se demasiado da cunha, do chamado empenho; vive-se de certos conhecimentos que passam o papel da infindável burocracia para o topo da lista. Da multa perdoada a pedido do vizinho da prima. Do emprego que arranjou o padrinho do amigo. Do negócio chorudo ganho porque se apoiou o candidato ( e muitas vezes todos os candidatos). Do sucesso porque se conhece o líder...(...) o Estado tem demasiado poder ( embora pouca autoridade, que é bom não confundir com poder) e que a burocracia cria demasiados pequenos poderes não democráticos. E é por esta conjunção de factores que mais ou menos toda a gente tem de conviver com o poder e de se sujeitar aos seus amuos, birras e raivas. (...).

Mas não se pense que este quadro indicativo da inferior qualidade da nossa democracia ocorre apenas à escala do poder central. A nível do poder local, é ainda mais evidente e sentido no nosso quotidiano.

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