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domingo, setembro 07, 2008

OUTRO TESTEMUNHO
De um leitor do Quinto Poder, devidamente identificado, recebi o vivo testemunho que a seguir reproduzo, sobre a questão do laxismo reinante em certas forças policiais, permitido e de certo modo promovido por algumas das respectivas entidades tutelares .
"
Li com a habitual atenção o seu post sobre a comunicação de ocorrências às autoridades e devo-lhe confessar, que, para além de me rever no que escreve, acrescentaria ainda mais algumas considerações, bem espelhadas num episódio idêntico que passo a descrever:
Como habitualmente, sempre que ocorre qualquer distúrbio no espaço público da freguesia, quanto mais não seja por razões de contagem estatística, comunico à GNR local.
É claro que passo uma enorme “seca” sentado à frente do guarda, graduado ou não, que me pergunta dez vezes a mesma coisa e faz assinar uma quantidade de folhas para a que a queixa fique registada.
Já tive situações de uma hora à frente do guarda para formalizar a participação, contando obviamente, com o tempo de espera para o cafezinho. Normalmente recebo uma carta em casa, alguns meses depois, a informar que a queixa foi arquiva por falta de provas. Há uns meses, já nem sei precisar quantos, um “artista da Praia de Quiaios” decidiu arrancar uma sebe de arbustos ornamentais que se encontrava em determinado espaço. Fui alertado por um morador e acto contínuo apresentei queixa na GNR. Como também não me precisaram quem tinha sido, apresentei queixa contra desconhecidos, na esperança que os guardas se deslocassem ao local e perguntassem aos vizinhos se tinham visto quem tinha feito tal delito.
Algum tempo depois, recebi mais uma notificação a dizer (recebo tantas cartas do tribunal na minha morada que os carteiros já devem pensar que tenho algum problema com a justiça) que se não tivesse mais elementos a acrescentar a queixa seria arquivada.
Nesta altura, estranhando o silêncio da GNR, já tinha feito algumas perguntas aos vizinhos e apurado quem tinha sido o executante da tarefa. Desloquei-me novamente ao posto e informei a Guarda de quem tinha feito tal desacato. (só não disse quem o tinha mandado porque se o fizesse levava imediatamente com um processo em tribunal por difamação) Levei nome completo com respectiva morada e tanto quanto consegui apurar depois, a pessoa foi chamada ao posto e apesar de sofrer de alcoolismo crónico foi suficientemente ensaiada para não denunciar quem a mandou, negando ser o autor da façanha.
Recebi nova comunicação do tribunal a dizer que a pessoa que tinha indicado havia negado tudo (pudera) e não era possível apurar responsabilidades.
Fui novamente para a rua (armado em policia) falar com os vizinhos, que se dispuseram a confirmar, em tribunal se necessário, quem tinha sido o autor material dos distúrbios. Voltei a deslocar-me à GNR para indicar as testemunhas e continuo à espera dos resultados.
Um dos confinantes com a esplanada vedada com a sebe, optou por comunicar ao Departamento de Urbanismo da Câmara, supostamente a entidade que devia depois apresentar a queixa, e até agora… daí nem resposta.
Moral da história: o autor moral da coisa aproveitou para alargar a sua esplanada e continua impune.
Mas se esta história não bastasse para ilustrar o laxismo reinante, podia trazer novamente à cena uma anterior, em que uns quantos noctívagos, em noite de passagem de ano, se divertiram a destruir 20 arvores à frente do Posto da Brigada Fiscal e também aqui, apesar de termos apresentado queixa dois dias depois, a mesma foi arquivada porque ninguém viu."

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