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terça-feira, setembro 16, 2008

O PRAZER E O DESPRAZER DE UMA TORNADA

Tornado de longe à pacata vida da Figueira, terra ex-Rainha mas onde sabe bem viver, eis que na comunicação social encontro notícias que logo fazem baixar o nível do meu contentamento :
- Falência do maior banco de investimentos dos EUA, cujo efeito dominó ainda está muito longe de ter começado a ser sentido no nosso quotidiano;
- Continuam a ocorrer diariamente assaltos a bombas de gasolina;
- A bagunça e o descrédito do sistema de Justiça em Portugal são cada vez maiores ;
- Juizes dizem que estão a ser soltos criminosos ;
- O Primeiro-Ministro português faz de nós parvos e acha que a redução de 13 % (relativamente ao ano passado) do número de chumbos (ou de “ retenções”, na nova linguagem politicamente correcta) nos exames de Matemática se deve à maior eficácia do sistema de ensino e à formidável acção do Governo na área da Educação, parecendo que o mesmo PM acredita nas varinhas de condão das fadas boas e no Pai Natal, e que eu, seguindo pelo mesmo caminho, juro a pés juntos ser o Napoleão Bonaparte ou o Mao-Tse-Tung :
- A comunicação social começa a falar de um estado de alguma crispação entre o PM e o PR ;
- Aqui pela paróquia, ouve-se dizer que “ caminhamos para a ruina em termos financeiros” .

No meio deste cenário de núvens negras, não haverá uma única razão para ficar optimista? Claro que há. Apesar de todas as malfeitorias que fazem aos figueirenses, continua a ser bom viver na Figueira. A nível nacional, o concerto da Madonna foi um êxito clamoroso. Estiveram presentes 75 mil pessoas, tenda cada uma desembolsado qualquer coisa como 90 euros ( ou terá sido mais?). Afinal, qual quê?. Não há qualquer crise na classe média portuguesa, como muito comentador económico para aí anda a dizer, a fim de atacar o Governo e o capitalismo neo-liberal. A não ser que os tais 75 mil pagantes pertençam todos à chamada classe alta. É bem possível. O que também será reconfortante. Afinal, teríamos mais gente rica do que aquilo que imaginavamos. E gente rica que não se importa de ir ver a Madonna ao Parque da Bela Vista, ali junto ao bairro de Chelas em Lisboa, em vez de ir ver e adorar a senhora no Central Park de Nova Iorque . Enfim, gente rica modernaça, que gosta de conviver com a arraia miúda.

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