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quarta-feira, agosto 27, 2008

A ONDA DE VIOLENCIA E DE CRIMINALIDADE

De novo no torrão natal, venho encontrar a nação assustada, ou no mínimo alvoroçada, com uma onda de criminalidade e de insegurança de que não há memória. Vale estar de férias grande parte do pessoal, para não se ter chegado ainda ao pânico ; vale estarmos ainda a bastantes meses das eleições, para o tema não se ter transformado totalmente em arsenal de armas de virulento arremesso na luta político-partidária.
Há muito que se vêm juntando todos os ingredientes para, da sua mistura, se chegar ao clima actual .
Uma cultura jurídica dominada por tiques e complexos de um bacoco “humanismo “ progressista que diaboliza conceitos e palavras como repressão e autoridade ; sucessão de experimentalismos legislativos por políticos e insígnes mestres de direito que acham poder descobrir a pólvora preparando leis e regulamentos muito modernaços e “pra-frentex” ; sindicatos de juizes e magistrados reivindicando e pugnando por privilégios corporativos ; juizes a trabalhar a meio gás, com excesso de zelo e sempre dando como desculpa a falta de meios e de recursos para a lentidão, a ineficácia e o descrédito da justiça ; magistrados do Ministério Público com ambições de poder e de protagonismo social e mediático ; corpos policiais desmotivados, inseguros e mais parecendo comandados pelos sindicatos profissionais do que pelas suas chefias e cadeias hierárquicas ; ministros das tutelas com ar de bananas sem capacidade para defenderem e darem a cara por aqueles mesmos corpos policiais ; fluxos imigratórios descontrolados, através de fronteiras escancaradas, por efeito dos novos tempos europeus.
A isto tudo, que já não é nada pouco, junte-se um sério agravamento da crise económica e social, e um clima generalizado de impunidade. Pois aí temos todo o caldinho preparado para nele fermentar e se desenvolver o crescente sentimento de insegurança que se vem espalhando por todos os cidadãos. E que será cegueira política não reconhecer, ou procurar minimizar.
Que fazer? Mais polícias? Portugal já tem um elemento dos corpos policiais por cada 220 habitantes, um dos racios mais elevados da Europa.
Trate-se então de evitar, eliminar ou combater todos e mais alguns dos referidos ingredientes. A crise económica e social? Sim, com certeza, embora tal dependa de factores e de condicionantes que o Estado nacional pouco controla e domina. Mas sobretudo aqueles para os quais apenas se necessita do exercício descomplexado e contidamente musculado de uma autêntica autoridade do Estado democrático .

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