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quarta-feira, junho 04, 2008

A CANDURA E A DEMAGOGIA

Manuel Alegre é um grande poeta da língua portuguesa. O regime democrático português deve-lhe um preito de gratidão pelos combates que travou para o implantar e, logo a seguir ao 25 de Abril, para o assegurar. Mas não lhe fica nada bem, e é já cansativo, estar sempre a puxar pelos galões, a propósito de qualquer discordância que alguém ouse levantar face às opiniões que tem ou face às soluções que não propõe.
Como interventor na “política real”, feita sobre o terreno do concreto, não consegue todavia passar da retórica poética inconsequente, recheada de lugares comuns, de truismos e de frases bonitas, mas vazia de propostas de soluções. É bem de ver, e de ler, que o estilo pega-se aos “alegristas” : os admiradores incondicionais de Manuel Alegre, o poeta e o político diletante, em torno de cuja cabeça julgam ver uma auréola de serôdia santidade.
Faça-se justiça. Nos sermões de Manuel Alegre não há, de todo, a ignóbil demagogia de Francisco Louçã, sempre ávido de pescar nas águas turvas da desgraça alheia e das tricas internas politico-partidárias do PS.
Há simplesmente uma sedutora candura poético-política. Candura que vai ao ponto de não reparar que, ao deixar-se embevecidamente entronizar, por Francisco Louçã, como ícone da “esquerda”, está a dar conforto ao desenvolvimento daquela demagogia.
Tem a liberdade de o fazer, e a ele niguém o cala. Tem toda a razão. Tal como outros ( camaradas de partido ou não) têm o direito de o criticar a ele, e de não se calarem.

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