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quarta-feira, maio 28, 2008

AS CRISES E OS CHOQUES PETROLÍFEROS

Lembram-se os mais velhos. Em 1973, também houve um tremendo choque petrolífero. Como sua consequência, houve longas filas de automóveis junto das bombas de gasolina, em que os carros iam sendo puxados à frente, arrastados ou empurrados pela força braçal dos seus condutores e vizinhos. Chegou a falar-se em racionamento da gasolina. Na Holanda, não se circulava por automóvel ao fim de semana nas auto-estradas , que ficavam então vazias. A própria rainha da Holanda circulava de bicicleta nas ruas de Haia . Em Portugal, dispararam os preços, começou a saber-se e a sentir-se o que era realmente a inflacção. Mais apertados no seu bem estar, dizendo ganhar pouco e gastar cada vez mais, cansados da guerra colonial, ideológicamente despertados pelos milicianos vindos das universidades, os capitães e majores da tropa fizeram a revoltosa amotinação do 25 de Abril. Que depois deu em revolução.
A crise resultante daquele choque petrolífero tambem foi classificada, quiça saudada e louvada por alguns, como a crise final do capitalismo ( leia-se modelo social de economia de mercado). Não foi . Como bem salientou recentemente a economista Teodora Cardoso, a ocorrência de crises faz parte do próprio código genético do capitalismo ( leia-se modelo social de economia de mercado) .
Mas este modelo social e económico tem sido ( e porventura será ainda) capaz de “digerir” essas crises, superando-as, criando novos paradigmas e figurinos de produção e de consumo, a eles se adaptando . Coisa diferente, acrescento eu, acontece com os modelos de economia centralizada e planificada. Quando as crises ocorrem, primeiro conseguem controlar-se os seus efeitos, nomedamente os sociais, mediante a força, a repressão, a censura e a polícia política. Quando já não é mais possível controlar e aguentar esses efeitos, ocorrem as implosões desses modelos e dos sistemas políticos onde estão implantados. Como aconteceu em todo o antigamente chamado bloco de Leste, no final da década de oitenta. Lembram-se disso os mais velhos , e também os menos velhos.

Quero com isto dizer que deveremos fechar os olhos e os ouvidos aos sinais que chegam , e continuar alegremente a consumir petroleo e energia barata ? De modo nenhum. Mas os remédios e as soluções terão de ser encontrados dentro do proprio modelo de econmia de mercado, que tem provadas virtualidades para aprender, corrigir e superar os desafios e as crises. O pior que poderia acontecer seria os cidadãos deixarem-se embalar, sobretudo no plano eleitoral, pelos cantos de sereia dos que, por ignorância, incompetência ou má fé, defendem soluções que já se viu no que deram. Nas décadas de cinquenta a oitenta, no tal antigamente chamado bloco de Leste.

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