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terça-feira, fevereiro 12, 2008

CONSULTÊS E EDUQUÊS

Ao que leio (1) , um dos parâmetros constantes das fichas de avaliação dos professores tem esta encantadora formulação:

“ Promoção de um clima favorável à aprendizagem, ao bem estar e ao desenvolvimento afectivo, emocional e social dos alunos”

É uma formulação daquelas que fazem uma criatura coçar a cabeça e perguntar com os seus botões : mas o que é este gajo quer? Uma formulação típica dos diligentes consultores sobre gestão de recursos humanos que por aí pululam, a oferecer serviços às “organizações”, e que pelos vistos tambem botaram consulta no Ministério da Educação sobre o processo de avaliação de professores.

Glosando o tema, escreve Helena Matos na sua crónica do PUBLICO de hoje :

“ Até agora, nas escolas portuguesas, tanto ganhava quem ensinasse ponto cruz como quem leccionasse Matemática. Mas com este modelo de avaliação, os professores de ponto cruz terão sem dúvida muito melhores resultados que os seus colegas de Inglês, Física, Português, Matemática.
Como é que se chegou até aqui ? Em boa mas não exclusiva parte porque muitas das pessoas que estão na 5 de Outubro e nos diversos serviços do ministério por esse país fora não têm o mais leve conhecimento da realidade nas escolas.
(...)
Esta gente uma vez instalada nos seus gabinetes dedica-se a produzir orientações para serem aplicadas nas mesmas escolas onde regra geral não conseguiram fazer nada. A acompanhá-los nesta tarefa estãp os colegas que estudaram e se formaram nas chamadas Ciências da Educação e que do ensino ou da educação propriamente dita o que de mais próximo viram são as escolas superiores e os institutos onde eles mesmos estudaram e conseguiram automaticamente tornar-se professores das mesmas ciências da educação “


(1) in “ O país superinteressante”, crónica de Helena Matos, no PUBLICO de hoje.

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