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sábado, janeiro 05, 2008

A GRANDE FAMÍLIA DOS GESTORES DE TOPO

Segundo um estudo ontem divulgado, os valores médios dos leques salariais nas empresas públicas e privadas são:
- em Portugal : de 33 para 1
- na Alemanha : de 10 para 1

Há alguns opinion makers , e dos bem conceituados, comentando que não são os de cima que ganham muito, mas os de baixo que ganham pouco . E que aquela bizarra discrepância de valores se deve ao livre jogo do mercado. Uma treta.
Numa pequena economia e num pequeno mercado como os que há em Portugal, onde os empresários e os gestores de topo são sempre, entre si, ou amigos, ou primos, ou tios, ou cunhados, ou afilhados, o universo dos ditos gestores de topo comporta-se com uma bem afinada estratégia de uma “loja” ou de uma ordem corporativa fechada, dentro da qual se protegem uns aos outros na defesa dos seus privilégios.

É certo que os graves problemas da economia do país não ficariam resolvidos assim por um passe de mágica que reduzisse o leque salarial português para metade . Mas releva de algum cinismo limitar a análise daquela chocante discrepância entre a Alemanha e Portugal a saber se ela é causa ou consequência no nosso relativo sub-desenvolvimento. Do que se trata é de avaliar o seu significado e a sua dimensão ética. E tambem de interrogar como é que, face a essa discrepância, poderão os gestores de topo das empresas portuguesas ter lata, credibilidade e autoridade para mobilizar o colectivo dos seus trabalhadores e pedir contenção na evolução dos níveis salarias mais baixos.

Nota
Leque salarial : racio entre a remuneração mais elevada e a remuneração mais baixa, numa organização
.

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