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quarta-feira, janeiro 16, 2008

FLASHES DE (MAIS UMA...) ASSEMBLEIA GERAL....

.... do BCP, ontem realizada.

1.
A Assembleia Geral iniciou-se com cerca de 40 minutos de atraso relativamente à hora fixada. Está visto, deve ser atávico. Nem num evento desta importância, com todo o mediatismo que teve, de uma
instituição bancária, privada, portuguesa, de reconhecida qualidade, parece ser possível dar cumprimento ao valor da pontualidade . Quase dá para desesperar.

2.
Na votação do ponto 2 da Ordem de Trabalhos(OT), para eleição do novo CAE (Conselho de Administração Executivo) do BCP , a lista apresentada por Miguel Cadilhe ganhou...em número de accionistas. 516 accionistas votaram a favor dela, 283 votaram na outra lista, a vencedora, que teve o apoio de 97,8 % do capital accionista. Houve ainda 15 accionistas que se abstiveram e 66 que votaram contra..sabe-se lá contra o quê. Ao que ouvi, o banco tem um total de cerca de 150 mil accionistas.

3.
O pior que poderia ter acontecido ao BCP e, em geral, ao sistema financeiro nacional, era uma vitória de uma das listas por um resultado assim do género de 55% - 45% ; ou mesmo de 60% - 40% .Os accionistas institucionais seguramente que pressentiram isso . Eu também pressenti. Daí que não seja dificil adivinhar qual foi o sentido dado aos meus microscópicos votos. Mais com a razão do que com a emoçao. Porque se tivesse sido com a emoção, o meu voto talvez tivesse sido diferente.

4.
Antes da OT, o Presidente do CAE cessante, Filipe Pinhal, fez uma excelente intervenção em que revelou grande sentido de responsabilidade, serenidade, e uma exemplar deontologia, enviando uma mensagem de confiança no futuro para os accionistas, empregados e clientes. Não houve nem amargura nem acrimonia nas suas palavras.

5.
A anteceder a votação do referido ponto 2 da OT, o Presidente da Mesa concedeu cerca de 45 minutos para intervenções dos accionistas que o quisessem fazer. E foram bastantes os chamados “pequeno accionistas”, muito namorados por Miguel Cadilhe, que quiseram fazer-se ouvir, no seu momento de glória, em ambicionado tempo de antena, com muitos aplausos à mistura. Algumas partes desse período de debate mais pareciam tirados de um comício do PSD... Outros, faziam-me lembrar alguns daqueles mais expressivos momentos do Forum TSF , diariamente radio-difundido todas as manhãs, ou até do antigo programa “desportivo” chamado “bancada central”, da mesma TSF .

6.
A Assembleia chumbou o nome do comendatore Berardo para o Conselho de Remuneração. Por umas escassíssimas 6 centésimas de ponto percentual, ou seja, uma muito tangencial tangente.O nome e a figura do comendatore causam acessos de urticária a muita gente, accionistas e não só.Nessa gente me incluo. Mas veja-se lá...acabei por votar em favor do homem. A anteceder a votação, houve um advogado, representante de algum accionista institucional, que chamou a atenção, com meridiana clareza, para o ponto seguinte.
E argumentou assim:
O novo CAE vai tomar posse amanhã . A partir dessa data, vai passar a receber remunerações que vao ser fixadas pelo actual Conselho de Remunerações, pelo mesmo que fixou as remunerações dos administradores cessantes. O qual certamente irá adoptar, relativamente aos novos membros do CAE, os princípios e critérios que já usara para as remunerações dos cessantes. Nada leva a crer que irá agora mudar de critérios. Se o senhor comendador fosse eleito, pelo menos algo se sabia já quanto aos novos critérios a adoptar : os que estivessem em linha com as considerações que sobre a matéria o senhor comendador já vinha a anunciar pela comunicação social desde há tempos.
A explicação, ou não convenceu, ou terá passado despercebida. Pela minha parte, achei pertinentes as razões e argumentos adiantados pelo senhor advogado. Tapei os olhos...e votei a favor do comendatore. Segui afinal o princípio, pelo qual me oriento com frequência, de votar e escolher o mal menor. Mas de pouco serviu.

7.
De entre os accionistas que subscreveram a lista 1 , a vencedora, constavam os nomes de Jardim Gonçalves e de sua mulher.

8.
Filipe Pinhal, na sua intervenção, deu enfâse à importância dos negócios internacionais do BCP, na Grécia, na Polónia, na Roménia e, muito em particular, em Angola . Nisto encaixa o papel nuclear de relevante accionista assumido pela Sonangol no encontro de solução para a crise de liderança do BCP. Papel que, é claro, foi compreendido e bem reconhecido por outros accionistas institucionais, tais como a Teixeira Duarte ( com negócios em Angola) ou como o próprio BPI ( banco também com negócios em Angola). Poderemos chorar muitas lágrimas e carpir muitas mágoas por causa do mundo dos negócios ser assim. Mas é assim mesmo...

9.
Desta vez, o sistema logístico colocado de pé para as votações e apuramento dos resultados, funcionou na perfeição. Foi espectacularmente melhorado relativamente ao que fora adoptado na Assembleia Geral de Agosto último. Desde a rapidez das operações de acreditação, até à facilidade dos acessos à sala, e até à prontidão dos apuramentos das votações e da apresentação dos resultados. A recolha dos votos ( com códigos de barras, contendo toda a informação da identidade do accionista e do respectivo número de votos) demorava menos de 5 minutos. O conjunto das operações de leitura, apuramento, validação pelos auditores e divulgação nos vários monitores existentes, não demorava mais de 12 a 15 minutos.

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