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terça-feira, novembro 27, 2007

PERFECCIONISTAS ANSIOSOS

Aqui há dias, li no diário As Beiras uma história curiosa e reveladora de um certo tipo de “cultura” que se encontra por aí radicada.
Um cidadão condutor, emigrante na Suiça, foi julgado em tribunal, acusado de se ter recusado a mostrar os documentos, a identificar-se perante um agente da PSP, e a ter tentado a fuga, após ser apanhado em flagrante a fazer uma inversão de marcha sobre um traço contínuo, mesmo em frente da esquadra da PSP de Viseu.
O crime de desobediência ficou provado, e o senhor condenado a ficar inibido de conduzir por 2 meses, e a pagar, por junto, 770 euros.
Pena aligeirada, como se vê. Segundo o seu advogado de defesa, a senhora juiza considerou haver circunstâncias atenuantes. O seu arrependimento, e um relatório médico, porventura de um psiquiatra, um psicólogo, ou um psicanalista, no qual se assegurava que o senhor apresenta “ traços de personalidade perfeccionista, exigindo por isso que os outros sejam também perfeitos perfeitos, tornando-o ansioso e com dificuldades em controlar as emoções” .
Por isso, o advogado não ia apresentar recurso.
Tivesse sido aquela história passado na Suiça, e o senhor condutor veria o que lhe aconteceria.
Mas foi em Portugal. Terra de gente boa, caridosa, de brandos costumes, que gosta de perdoar, em que os senhores e as senhoras juizes consideram como atenuantes as ansiedades de personalidades perfeccionstas.

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