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quarta-feira, novembro 21, 2007

IMPUNIDADES E EXEMPLOS DAS ELITES

Ontem foi noite de tertúlia, no Casino da Figueira da Foz. O artista convidado era José Miguel Júdice, antigo Bastonário da Ordem dos Advogados, e advogado de muito sucesso no mundo dos negócios em Portugal. Não faltei.
Como a noite estava agradável, fui a pé, que só me faz bem andar. Era ainda cedo, e aproveitei para dar umas caminhadas ao longo da Esplanada em frente ao mar, olhando de soslaio para o Castelo Engº Silva, não fosse acontecer a queda de alguns tijolos ou mesmo de toda a torre, tal é o estado degradado e lastimável em que o prédio se encontra.
Faltavam 15 minutos para as dez, e lá fui para a tertúlia . Aprazada para as dez da noite, mas que só começaria às dez e trinta , à boa maneira portuga .
Logo no início da rua Candido Reis, sobre o passeio, quase encostada à parede sul do Casino, estava descaradamente estacionada uma negra e imponente viatura. Um Mercedes C220, de matrícula 50-EM-20, para que conste. Pelo aspecto, devia ser de alguem importante, palpita-me que pertencente às chamadas elites nacionais, que se comprazem em desancar nos maus hábitos e defeitos dos portugueses . Mas que daquele modo dão um tão mau exemplo de civismo, estando-se nas tintas para as regras e leis a que o português comum deve obediência, julgando-se acima delas, com imperial impunidade.
À porta do Casino, dois guardas da PSP, em amena cavaqueira, fechavam os olhos e assobiavam para o lado. Velavam tranquilamente pela boa ordem da tranquila noite.
Não estariam decerto ali para cuidar do cumprimento das leis sobre o estacionamento, imagino, minudência sem importância. Ao fim e ao cabo, carros estacionados sobre os passeios é o que mais se vê por aí , impunemente, em particular na Figueira da Foz. Dizem que é para não hostilizar o turista, pois aqui a paróquia é terra de turismo.
Os senhores guardas estariam ali, imagino, mais para guardar a vistosa e negra viatura, a fim de evitar evitar que algum distraido passante a roubasse.
Terminada a tertúlia, pela meia noite e meia, desci a rua Candido Reis, de regresso a casa.
Lá estava ainda estacionada a mesma imponente viatura.
Não pude deixar de comentar com os meus botões.
Fosse outra a sua marca, a sua categoria e a sua aparência, fosse um velho Renault 5, por exemplo, e outro galo cantaria. Quiça logo a ele acorressem os diligentes guardas da PSP, e quiça logo fosse chamado um reboque.

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