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sexta-feira, outubro 12, 2007

AS SUMIDADES PEDAGÓGICAS

Comentando o discurso do Presidente da República no passado dia 5 de Outubro, Maria Filomena Mónica (MFM) escreveu no Publico de ontem um excelente artigo de opinião, no seu habitual estilo acutilante e directo. Vale a pena atentar nalguns excertos.

(...)
Se bem se lembram, foi ele [Cavaco Silva] que mais duradouramente ocupou o poder desde o 25 de Abril . Nunca alguém mandou tanto e durante tanto tempo. Se ideias tinha sobre a reforma da escola, teve dez anos para a executar.
Ora, o que assistimos ao longo da década de 1985 a 1995 foi à permanência dos dislates pedagógicos veiculados pela esquerda e, mais tarde, interiorizados por uma direita analfabeta.
(...)
Até por ter sido o que mais tempo se manteve no posto, vale a pena relembrar o papel de Roberto Carneiro.
Curiosamente, sob o seu consulado, a estratégia seguida pelo Bloco Central não se alterou.
Foram adoptados os mesmos valores, agravados até por o ocupante da pasta se querer distanciar da direita. Os gabinetes de estudo mantiveram-se e os programas tornaram-se ainda mais palavrosos.
(...)
Ao dar rédea solta ao seu ministro da Educação, Cavaco Silva assumiu responsabilidades na forma como o sistema educativo evoluiu.
(...)

E depois de fazer várias citações de textos de Roberto Carneiro, escritos numa linguagem e num estilo glicodoce e intelectualmente pretencioso, MFM adianta

Foi esta retórica romântica que, ao minimizar o valor do conhecimento, o legado da civilização ocidental e o papel do professor, conduziu ao caos pedagógico em que vivemos.
Não se trata de atirar todas as culpas de uma trajectória infeliz para cima das costas de Presidente da República, mas de relembrar que, nos tempos modernos, houve duas, e só duas, reformas educativas : a de Veiga Simão (...) e de Cavaco Silva-Deus Pinheiro-Roberto Carneiro. Foi então que se nomeaou uma “Comissão de Reforma Educativa”, onde as sumidades pedagógicas do país tiveram assento.
È verdade que o triunvirato Guterres-Marçal Grilo-Ana Benavente ajudou à missa, mas o primeiro celebrante foi Cavaco Silva.
É por isso que, ao falar do sistema educativo, um acto de contrição não lhe teria ficado mal.

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