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domingo, setembro 23, 2007



PINTURA E ARTE MURAL URBANA

No topo da escadaria entre o Parque das Abadias e o Museu Municipal da Figueira da Foz, podem apreciar-se, desde há uns largos meses, os dois magníficos exemplares de pintura mural urbana, que as duas fotografias documentam . Grafitis, para os broncos que não têm sensibilidade artistítica.
É o resultado da onda de progresso que quase submerge a Figueira da Foz, e que assim fica ao par de outras grandes metrópoles cosmopolitas, tais como o Bairro de Chelas ou a Quinta do Mocho, na grande Lisboa.

Nos idos dos gloriosos tempos de Santana Lopes na Câmara Municipal da Figueira da Foz, aquelas paredes apresentavam-se limpas, mas com a triste tonalidade cinzenta do betão.
Era preciso dar colorido e animação ao muro e à zona.
O egrégio autarca lembrou-se então que ficava bem ali um artístico painel de coloridos azulejos, assim a jeito daquele extenso painel na avenida Gulbenkian em Lisboa.
Deveria ter conhecido, dos meios artísticos e do jet-set lisboetas, o artista plástico Eduardo Nery, de resto nascido na Figueira da Foz. Porventura nalgum bate papo animado numa qualquer vernisage, encomendou-lhe uns desenhos para depois se fazerem 3 paineis de azulejos a instalar nas ditas sombrias e tristes paredes de betão. Se procedeu a aprovação da despesa pela Câmara Municipal, a ordem formal de encomenda, ou contrato, não sei. Mas era e é jeito dele não se preocupar com essas minudências.

O artista não se fez rogado, claro está.
Pegou num papel, fez uns rabiscos com umas aguarelas, numa tonalidade vermelho-sanguínea, meteu-o no meio de uma capa de bonita cartolina, com uma fina folha de papel de seda no meio, e despachou o conjunto para a Câmara Municipal da Figueira da Foz. Por sinal a coisa até ficara bonita, embora repetindo o estilo e a forma dos murais e das paredes que o mesmo artista tem largamente espalhado em muitos interiores e exteriores, por esse país fora.
Juntou-lhe, é bem de ver, uma folha de honorários. Na moeda antiga, 13 mil mocas, o quer dizer 13 mil contos. Chamem-lhe tolo.

A conta a certa altura virou calote. Que lá acabou por ser pago pela Câmara Municipal da Figueira, mais ou menos sem mio nem pio, em 2002, já Santana Lopes se tinha pirado para criar novos calotes, desta feita na Câmara de Lisboa.
Os rabiscos ainda hoje devem jazer, tranquilamente, nalguma recôndita gaveta dos Paços do Município...
(clicar nas imagens para as aumentar)

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