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segunda-feira, setembro 17, 2007

OS SUCESSOS DA GASTRONOMIA

Li que o festival das caldeiradas, na Figueira da Foz, foi um sucesso retumbante.
Quem o diz são alguns dos responsáveis pela sua promoção e organização. Houve quem classificasse de estrondosa a afluência de turistas e visitantes à Figueira da Foz, fascinadamente atraidos por aquele festival das caldeiradas.
Não sei se serão avaliações fundamentadas em números, estatísticas, rácios. Oxalá sejam.
Porque se o não forem, estaremos tão somente em presença de estimativas recheadas de subjectividade, de palpites do tipo “parece que”, de piedoso wishfull thinking.
E não me espantaria muito que assim fosse.

Como gosto de dizer, só se controla e melhora aquilo que se conhece. E só se conhece aquilo que se mede.
Sobre muitos parâmetros ligados à actividade turística, seria por isso desejável que houvesse, à escala concelhia, uma recolha sistemática e credível de dados estatísticos sobre os seus variados desempenhos, para posterior e devido tratamento.
Tais como, por exemplo: número de refeições servidas em cada mês ( pelo menos num conjunto de uma ou duas dezenas de restaurantes de referência) ; e número de dormidas em hoteis e pensões, com cálculo de indices de ocupação não só ao nível do ano, mas também por mês, por semana, ou por fim de semana.

Só desse modo se poderia, com profissionalismo e objectividade, medir e avaliar o real efeito dos festivais das caldeiradas, e de muitos outros eventos da “animação” e da “movida”, que têm custado rios de dinheiro, sobre os níveis de afluxos de visitantes e turistas. Comparando-os com homólogos níveis de afluxo médios ou padrões, ao longo de cada ano.

Não caberia às associações empresariais do sector, ou mesmo à empresa municipal Figueira Grande Turismo, responsabilizarem-se por aquelas recolhas, medições e avaliações?
E estarão as empresas hoteleiras e de restauração disponíveis para prestarem as informações necessárias?

E se, com débito à minha ignorância, aqueles valores, estatísticas e racios, numericamente expressos, afinal de facto já existirem, não deveriam eles ser amplamente divulgados à opinião pública local ?

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