<$BlogRSDUrl$>

terça-feira, setembro 18, 2007

A MANCHA FLORESTAL DO PARQUE DE CAMPISMO

Cabe um voto de louvor à Câmara Municipal da Figueira da Foz, enquanto orgão autárquico colegial, por ter inviabilizado a venda de cerca de 20 mil metros quadrados de solo municipal situado na imediata vizinhança do Parque de Campismo. Era para ser urbanizado, claro está.
As finanças municipais deixam de poder contar com coisa de 1,5 milhões de euros. Não seria nada mau para tapar os enormes buracões dos exercícios orçamentais. É uma pena.
A exemplo do que é exigível à escala das contas nacionais, tambem nas contas locais a redução do défice ou da dívida acumulada deve ser conseguida muito mais através da redução da despesa, do que do aumento das receitas.
E acima de tudo, tal como a alma não deve ser vendida ao diabo, como o fez o Doutor Fausto, também uma autarquia não pode deitar às urtigas os seus bons princípios de qualidade urbanística, vendendo-os aos apetites imobiliários.

Se, ano após ano, aquela grande mata florestal fosse sendo gradualmente rodeada de construções e de betão, chegaria então a inevitável tentação para toda ela acabar vorazmente “comida” por novas construções e novo betão.
Parece pois ser uma maldição esta dos municípios ficarem financeiramente dependentes de receitas obtidas a partir da construção e da extensão do negócio imobiliário : das vendas de solos do seu património, das taxas aplicadas aos loteamentos e urbanizações, dos impostos do tipo do IMI ou da antiga sisa.

A Figueira da Foz já tem que baste de blocos de betão, de fogos de segunda habitação, de prédios vazios e de persianas encerradas durante a grande maioria dos dias do ano, que lhe dão por vezes o aspecto de uma cidade meio fantasma.
A Figueira e os figueirenses não precisam por isso de mais tecido urbano. Precisam, isso sim, de melhor tecido urbano.

This page is powered by Blogger. Isn't yours?