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quinta-feira, setembro 27, 2007

ELEIÇÕES PRIMÁRIAS

Como cidadão partidariamente independente, sem filiação e sem qualquer fidelidade eleitoral ao PSD, as eleições que amanhã se vão realizar, quer a nível local, quer para líder nacional do PSD não me deixam indiferente.
Tão pouco serão indiferentes para a serenidade e boa educação do debate político na vida nacional. Em particular no debate contraditório e de oposição do PSD ao partido actualmente no poder e ao Governo.

Apesar de tudo o que de feio e de lamacento se assistiu na campanha interna para as eleições primárias, não é o mesmo vencer Marques Mendes ou Filipe Menezes.
Este protagoniza e pre-anuncia um estilo hiper trauliteiro, de um populismo rasca.
O populismo estilo Santana Lopes é um pouco tonto. O de Filipe Menezes é rasca, demagógico e velhaco. Consegue, além disso, ser muito mais imprevisível e errático do que Santana Lopes.
Apesar de tudo, o estilo e o discurso de Marques Mendes, embora por vezes também tenham roçado alguma demagogia e algum verbalismo de pendor populista em intervenções recentes na vida política portuguesa, marca uma substancial diferença relativamente a Filipe Menezes, no sentido de manter uma certa previsibilidade, algum sentido de Estado e alguma serenidade no exercício da oposição ao Governo.

Mas Marques Mendes, líder partidário, não consegue claramente descolar da impiedosa imagem do boneco saltitante que exclama “ ganda noia” do Contra Informação . Pouca gente estará a vê-lo como Primeiro-Ministro. Por isso, se ganhar as primárias, não será de esperar que venha a ser mais do que um líder partidário de transição.

Ser-lhe-ia até favorável se o viesse a reconhecer. Assim como quem diz : vou aguentando o barco da liderança do PSD, a fim de não o deixar descambar para uma tentação populista
( que parece estar sempre presente) que o despedeçaria e descredibilizaria aos olhos do seu eleitorado natural, e esperando que finalmente se chegue à frente um candidato a líder com mais carisma e mais espessura política, e que actualmente se esteja protegendo, em cauteloso calculismo . Poderia, poderá, vir a ser Rui Rio.

Entretanto, será melhor fazer planos não para 2009, mas lá para 2013. Em 2009, a revalidação de José Sócrates como Primeiro-Ministro está mais ou menos garantida. A menos que agora venha a fazer muitos disparates. O que não prevejo nem desejo.

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