quarta-feira, setembro 26, 2007
AUTÓPSIA DE UMA ENTREVISTA
Vejam lá a pachorra que agora me deu. Entretive-me a ler a entrevista dada pelo deputado e vereador Pereira Coelho ao último número da revista Figueira 21.
É um documento deveras interessante. Desde logo porque da sua leitura se pode ficar a conhecer muito sobre o perfil humano e político de tão ilustre personalidade.
Vejamos então alguns excertos, algumas pinceladas que daquela longa entrevista se retiram para esboçar o perfil do entrevistado.
O homem com muita consciência, o gestor com grande competência, com grande rigor financeiro, e com grandes preocupações pelo povo :
À pergunta “ O que o leva a candidatar-se?”, respondeu, numa avassaladora torrente de palavras :
“ (...)
Mas é aquilo que a minha consciência dita e que, penso eu, que corresponde ao que as pessoas anseiam ter na Câmara Municipal, que é uma gestão isenta, uma gestão audaz, capaz de fazer coisas, uma gestão rigorosa que não esbanje o dinheiro do povo, porque é bom que se diga que o dinheiro que existe na CMFF é o dinheiro dos contribuintes, e às vezes as pessoas esquecem isso, julgam que ele cai do céu, mas não cai, é do bolso de cada um dos contribuintes da Figueira da Foz”
E mais adiante prossegue, mártir e corajoso lutador contra os poderosos, qual Conde Egmont que defronta o Duque de Alba :
“(...)Pode ser, eventualmente, a minha última batalha, mas é por isso que luto, não condescendo minimamente com quaisquer arranjos urbanísticos, que se falam por aí, comigo isso não acontecerá nunca(...)”
(Entre parênteses, talvez fosse melhor ser mais concreto; a que “arranjos” se referirá?...)
A colagem espertalhona a Santana Lopes ; ou melhor, à memória de um mito já totalmente desmistificado :
“É este o sentimento de um dever a uma cidade que cresceu de uma forma exponencial aquando do mandato do Dr. Pedro Santana Lopes, que eu trouxe para cá, contra a opinião do meu actual oponente (ler as declarações à época, em 1997) dizendo que Pedro Santana Lopes era um paraquedista e que não entendia como é que ele vinha para a Figueira.Mas fui eu que tive a coragem de trazê-lo para a Figueira da Foz, e em boa hora(....) “
A humildade, e as garantias que valem o que valem e o que cada um quizer que valham. Para mim não valem nada.
“ Eu não serei candidato a nenhum cargo autárquico, posso garantir aos figueirenses, posso garantir aos eleitores do PSD que não vou ser candidato a Presidente da Câmara, nem candidato a vereador porque alguns dizem que são candidatos a Presidente de Câmara, mas são é candidatos a vereador, é porque fazem daquela máxima “mais vale ser vereador um dia do que eleitor toda a vida”, eu não. Eu, ou exerço o poder com propriedade, com legitimidade, ou não exerço. E como neste momento não tenho esse poder, não o posso exercer. Tenho de dizer isto com toda a humildade, mas é assim, (...)“
Mais adiante, em resposta à pergunta “Se for agora eleito pensa ser candidato em 2009?” respondeu secamente “ Não” .
E se as eleições forem em 2008, pergunto eu?....
Vejam lá a pachorra que agora me deu. Entretive-me a ler a entrevista dada pelo deputado e vereador Pereira Coelho ao último número da revista Figueira 21.
É um documento deveras interessante. Desde logo porque da sua leitura se pode ficar a conhecer muito sobre o perfil humano e político de tão ilustre personalidade.
Vejamos então alguns excertos, algumas pinceladas que daquela longa entrevista se retiram para esboçar o perfil do entrevistado.
O homem com muita consciência, o gestor com grande competência, com grande rigor financeiro, e com grandes preocupações pelo povo :
À pergunta “ O que o leva a candidatar-se?”, respondeu, numa avassaladora torrente de palavras :
“ (...)
Mas é aquilo que a minha consciência dita e que, penso eu, que corresponde ao que as pessoas anseiam ter na Câmara Municipal, que é uma gestão isenta, uma gestão audaz, capaz de fazer coisas, uma gestão rigorosa que não esbanje o dinheiro do povo, porque é bom que se diga que o dinheiro que existe na CMFF é o dinheiro dos contribuintes, e às vezes as pessoas esquecem isso, julgam que ele cai do céu, mas não cai, é do bolso de cada um dos contribuintes da Figueira da Foz”
E mais adiante prossegue, mártir e corajoso lutador contra os poderosos, qual Conde Egmont que defronta o Duque de Alba :
“(...)Pode ser, eventualmente, a minha última batalha, mas é por isso que luto, não condescendo minimamente com quaisquer arranjos urbanísticos, que se falam por aí, comigo isso não acontecerá nunca(...)”
(Entre parênteses, talvez fosse melhor ser mais concreto; a que “arranjos” se referirá?...)
A colagem espertalhona a Santana Lopes ; ou melhor, à memória de um mito já totalmente desmistificado :
“É este o sentimento de um dever a uma cidade que cresceu de uma forma exponencial aquando do mandato do Dr. Pedro Santana Lopes, que eu trouxe para cá, contra a opinião do meu actual oponente (ler as declarações à época, em 1997) dizendo que Pedro Santana Lopes era um paraquedista e que não entendia como é que ele vinha para a Figueira.Mas fui eu que tive a coragem de trazê-lo para a Figueira da Foz, e em boa hora(....) “
A humildade, e as garantias que valem o que valem e o que cada um quizer que valham. Para mim não valem nada.
“ Eu não serei candidato a nenhum cargo autárquico, posso garantir aos figueirenses, posso garantir aos eleitores do PSD que não vou ser candidato a Presidente da Câmara, nem candidato a vereador porque alguns dizem que são candidatos a Presidente de Câmara, mas são é candidatos a vereador, é porque fazem daquela máxima “mais vale ser vereador um dia do que eleitor toda a vida”, eu não. Eu, ou exerço o poder com propriedade, com legitimidade, ou não exerço. E como neste momento não tenho esse poder, não o posso exercer. Tenho de dizer isto com toda a humildade, mas é assim, (...)“
Mais adiante, em resposta à pergunta “Se for agora eleito pensa ser candidato em 2009?” respondeu secamente “ Não” .
E se as eleições forem em 2008, pergunto eu?....
A graxa aos eleitores do PSD ( ou não será PPD/PSD?...) .
“Sabe que os eleitores do PSD são muito inteligentes. Os militantes do PSD, ou os que estão filiados no PSD, fizeram uma opção própria e por isso não merecem de maneira nenhuma que lhe seja etiquetado um qualquer epíteto de menos inteligentes, assim nem que houvesse 4 ou 5 eleições ao mesmo tempo eles deixariam de ser suficientemente inteligentes, para poder discernir entre 4 eleições diferentes(...) ”
A verticalidade dos pilares . À pergunta : “ Quais são os pilares fundamentais da sua candidatura? “, respondeu, ao que parece sem se rir :
“ Os pilares fundamentais são : transparência, honestidade, justiça, e solidariedade com aqueles que mais necessitam. “
O político populista que ama o povo, que luta pelo povo, que tem o povo no coração e na ponta da língua. O povo, o povo de Santana Lopes, o povo de Filipe Menezes, o povo de Juan Peron, o povo dos descamisados de Evita.
À pergunta de “ Com que apoios conta? “, responde:
“ Com os eleitores do PSD, com os militantes do PSD de base, os mais humildes, sempre lutei por eles e é neles que confio e na juventude. Não tenho outros. Os dos interesses económicos, os dos interesses instalados estão todos contra mim, não tenho dúvidas disso. Todos fogem de mim por alguma razão. Deve ser, . mas eu não me envergonho disso e mesmo se eu por acso perder nessas circunstâncias sinto-me muito orgulhoso – porque perdi com aqueles que são os meus, que são os do povo, os do povo humilde que sofre todos os dias, que sofre com o desemprego, com a falta de meios para sobreviver, são esses que me preocupam, os poderosos não, não me preocupam(....) “
O justiceiro e acusador implacável, trabalhador exemplarmente incansável e sempre pontual .
“ (...) O que eu exijo ao Sr. Presidente da Câmara é que trabalhe todos os dias na Câmara Municipal, todos os dias, ele é pago para isso, aos vereadores a mesma coisa, de manhã à noite, sem horário de trabalho, para isso é que eles são pagos. Eu não sou, eu estou lá e não recebo nada, nem quero, mas exijo que os que lá estão a ser remunerados, a começar no Sr, Presidente e a acabar nos outros, que sejam coerentes, entrem mais cedo que os funcionários, e saiam mais tarde que os funcionários”
E ainda o povo, uma vez mais, sempre o povo na primeira linha das suas preocupações.
Além , é claro, dos princípios, da competência e da honradez.
“(...) E é contra isso que eu, também, estou nesta disputa eleitoral, em nome desses princípios, em nome do povo, em nome do povo anónimo, do povo que não tem voz, daquele que não tem poder reivindicativo, mas que anseia em ver uma luz ao fundo do tunel, para que de facto quem exerce o poder público seja suficientemente capaz, por um lado, em termos de competência, e por outro lado em termos, também, de honradez para servir de facto o povo que jurou servir”.
O politico que aceita todos os apoios, venham de onde vierem, não importa de onde venham. Até de salteadores...( terei lido bem?..). Pois o que importa é que cada um vale um voto....
Pergunta : “Quais os apoios de Presidentes de Juntas e outras estruturas locais?”
Resposta: “ (...) Os meus apoios são os eleitores do PSD, são os militantes do PSD, todos valem o mesmo. Anto se me dá que sejam presidentes de junta, presidentes de câmara, vereadores, músicos, salteadores (sic), pedintes, tanto se me dá. Tenho-os todos no mesmo valor, e porquê? Porque todos valem um voto e eu respeito o voto de cada um, e por isso não dou importância nem a uns nem a outros. Dou a importância a todos “.
Salteadores?...A par de presidentes e vereadores? Terei mesmo lido bem?. Será gralha, lapsus linguae?
É o que lá está na entrevista. Pelo menos no exemplar que comprei...