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sexta-feira, junho 08, 2007

(DES)CONFIANÇAS POLITICAS CRUZADAS

O Presidente da Câmara, eleito em lista do PSD ( perdão...do PPD/PSD) não tem a confiança política do seu ex Vice-Presidente, deputado eleito pelo PSD pelo círculo a que pertence o Município da Figueira da Foz, e vulto influente da estrutura distrital do mesmo partido.
Este deputado, dirigente partidário e ex Vice Presidente da Câmara não tem confiança política no Presidente da Câmara, e manifesta-o abertamente em público.
O Presidente da comissão política concelhia (CPC) do PSD é também vereador da Câmara Municipal, com pelouros atribuidos pelo Presidente da Câmara. O qual, por isso mesmo, deve ter a confiança política no Vereador e simultaneamente presidente da CPC.
Enquanto Vereador, este deve ter também confiança política no Presidente da Câmara, caso contrário não aceitaria os pelouros que lhe foram atribuidos. No entanto, ficam dúvidas, pois quando se coloca, em votação na Câmara Municipal, de forma pre-anunciada, uma proposta na qual se retira confiança política da Câmara ao se Presidente, o Vereador e presidente da CPC não comparece, alegando “motivos familiares”...

O Vereador e presidente da CPC, por sua vez, parece ter a confiança política do citado deputado do PSD e ex Vice-Presidente da Câmara . Confiança política que parece ser retribuida, pois o presidente da CPC diz rejeitar o cenário de ser levantado um processo disciplinar ao deputado e ex Vice-Presidente da Câmara, por quebra de disciplina e lealdade partidária.

Sentindo que a sua a sua imagem política está a ser sujeita a desconfortável desgaste, o Presidente da Câmara solicita, por carta à CPC do PSD, de que o seu vereador é presidente, uma manifestação inequívoca de confiança política.
O presidente da CPC e Vereador com competências delegadas do Presidente da Cãmara, “enrola a perna à rã” e remete uma resposta da CPC para depois de uma reunião.
Na qual, é de presumir, deverá ( ou deveria...) a título pessoal, mas enquanto seu presidente, manifestar confiança política no Presidente da Câmara, pois enquanto seu Vereador, aceitou ou aceita dele competências delegadas.
Se assim não fizer, terá de devolver essas mesmas competências delegadas; ou então, terá de ser o Presidente da Câmara a retirá-las...

Caso então o presidente da CPC manifeste na reunião desta a confiança política ao Presidente da Câmara, de duas uma.
Ou a CPC acompanha o seu presidente e também manifesta confiança política ao Presidente da Câmara, ou não manifesta.

No primeiro caso, isso significará manifestar confiança política em quem o deputado e vulto importante do aparelho a nível distrital não tem confiança política. Consequentemente, o deputado e vulto importante do PSD a nível distrital deixa de ter a confiança política da CPC, bem como, obviamente do presidente da CPC. Falta de confiança política que certamente será retribuida.

No segundo caso, isto é se a CPC não manifestar confiança política ao Presidente da Câmara, então o Vereador e presidente da CPC deixa de estar em consonância com a opinião colectiva desta e deixará de ter a sua confiança política.

Está um quadro muito confuso, não está?
Vou parar por aqui ; também eu tenho os neurónios bastante baralhados.

É a este remoinhoso quadro que leva a prática habitual dos partidos políticos de pretenderem exercer a tutela, corrente, directa e por vezes sufocante, sobre os orgãos executivos ou deliberativos eleitos através de listas propostas por eles, partidos, ao eleitorado.
Controlo e tutela em geral exercidos através de comissários políticos.

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