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segunda-feira, março 19, 2007

O VENTO E O CASAMENTO

Vivendo-se uns dias em Espanha, mesmo na forma de uns tantos despreocupados dias de ripanço, tem-se melhor esta sensação.
As coisas não vão bem em Espanha. Pode parecer que vão, mas eu acho que não.
O ambiente geral da vida política é de incómoda crispação, com um ou outro sintoma de poder estar a nascer um processo de desagregação do frágil colectivo nacional das autonomias.
Sabendo-se que, nos tempos de hoje, se a estabilidade económica e social dos nossos vizinhos der um espirro, Portugal poderá apanhar uma pneumonia, a situação não pode deixar de ser preocupante para nós, portugueses.

Com mágoa o reconheço. A Espanha tem actualmente um Presidente do Governo e um líder do PSOE que é meio tonto, não possuindo nem uma centésima parte da craveira de grande estadista que foi Filipe Gonzalez .
Na sua estrutura mental, de que um sorriso um tanto aparvalhado é um dos sintomas, é claramente uma personalidade fraca, muito fácilmente propenso a ceder ao politicamente correcto, à popularidade fácil, à primeira chantagem.
O que é péssimo num poliítico à frente de um governo de uma democracia.
Um exemplo : a cedência à chantagem da greve da fome levada a cabo por um criminoso da ETA, a cumprir justa e pesada pena de prisão por um grande número de assassinatos pelos quais foi responsável.
Mau sinal será também a decisão de Zapatero de retirar o carácter militar à Guardia Civil (1).
Um erro muito grave que, a prazo, poderá vir a custar caro ao Estado democrático espanhol
Uma multidão de membros da Guarda Civil haviam-se manifestado, fardados, na Plaza Mayor de Madrid, em Janeiro passado. Parece que sem consequências, até ao momento.


Entretanto, a economia espanhola parece ir de vento em popa, próspera e vibrante.
Mas será assim só na aparência.
O crescimento está sobretudo baseado no consumo interno, nos negócios do imobiliário e da construção civil. A chamada “borbuja” imobiliária pode dar um enorme estouro e não sei o que poderá resultar então para a economia espanhola.
O deficit comercial atinge um valor assustador, 8,8 % do PIB (ao nível do português, mas com uma dimensão absoluta 6 ou 7 vezes maior), e não pára de crescer. (em meados dos anos 80, a balança comercial espanhola chegou a registar superavit durante 4 anos!...).
O número de estrangeiros com autorização de residência já passa dos 3 milhões ( há 3 anos era de 1,6 milhões) , dos quais mais de meio milhão provêm de Marrocos.

Perante um cenário assim sombrio, resta desejar que não venha a valer de novo a velha máxima da sabedoria popular portuguesa, sobre a natureza daquilo que vem de Espanha...

[ (1) Em Portugal, o Primeiro Ministro pode ser muitas coisas : arrogante, às vezes mal educado, astuto, bom conhecedor e fazedor da arte da propaganda, eu que sei.
Mas não é um líder fraco, de todo . E isso já é muito.
O Governo já reafirmou ser sua intenção manter a natureza militar da GNR.
A todo o custo, sem concessões ao facilitismo ou às chantagens . Faz bem, e espero que cumpra o prometido]

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