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domingo, fevereiro 04, 2007

DINAMICA LOBBYSTÍCA...

Era de esperar. Era de esperar que a Portucel reagisse incomodada ao anunciado plano de investimentos da Altri na expansão da fábrica da Celbi, da Figueira da Foz , bem como, veremos depois, à concessão de incentivos por parte do Estado no montante de 64 milhões de Euros, que o ministro Manuel Pinho, conhecido especialista em gaffes, veio a dar a conhecer há dias, sem recorrer , desta vez, ao habitual “power pont”!....ao que julgo...
No PUBLICO da passada 6ª feira podia ler-se uma notícia sob o título “ Madeira nacional só cobre metade da procura das celuloses” .
Pela "proximidade coincidente", o texto tem todo o ar de ter sido encomendado, expediente para o qual não costumam faltar jornalistas e jornais disponíveis para fazer tal frete.

O título terá sido inspirado , como se deduz do corpo da noticia, num “alerta” do grupo Portucel Soporcel, segundo o qual “ as florestas nacionais não vão conseguir corresponder às necessidades da indústria de pasta e papel. Nem agora e muito menos em relação aos investimentos anunciados para aumento de capacidade das fábricas nos próximos anos


Os números são apresentados assim:

- Necessidades actuais da indústria nacional de pasta de eucalipto : 7,5 milhões de m3 por ano ;
- Necessidades adicionais de madeira de eucalipto para satisfazer os anunciados planos da Portucel e da Altri : 1,1 m3 por ano ;
- Total da procura futura : 7,5 + 1,1 = 8,6 m3 por ano
- Limite da oferta interna actual de madeira de eucalipto : 3,9 m3 por ano ;
- Deficit ,procura menos oferta, a cobrir por importação de madeira de eucalipto : 8,6 – 3,9 = 4,7 m3 de madeira por ano.


Nota
Continua sem ser dado conhecimento público da modalidade que revestirá os incentivos concedidos à Altri .
Presumo que se tratará de isenções fiscais e truques semelhantes.
Mas a verdade é que o Diário da República ainda não publicou o texto da Resolução do Conselho de Ministros de 28 de Dezembro último, que aprovou o contrato de concessão do incentivo.
Não é suposto que os cidadãos contribuintes saibam, de forma transparente, os acordos que o Governo faz em representação do “nosso” Estado português?...

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