quinta-feira, fevereiro 15, 2007
CORREIO DOS LEITORES
É de bom grado que reproduzo o seguinte conjunto de comentários recebido por e-mail de um leitor do QuintoPoder, devidamente identificado, a propósito do post "Negócios da China" :
Por partes:
1) Hóteis de 4 e 5 estrelas...
Amiúde, vem à discussão a necessidade de "hoteis de 4 e 5 estrelas para o desenvolvimento do turismo". Não sei se quem lança estas ideias tem noção de quanto custa manter um hotel de 4/5 estrelas durante 12 meses, com o nível que tal exige.
Não sei se tem alguma ideia do número de clientes que é necessário, semanalmente, para equilibrar umea estrutura desse tipo.
Toda a gente fala no "turismo" como se fosse o maná da Figueira.
Hoje, "turismo" implica oferta de 12 meses e não sazonal. A Figueira não tem.(ponto final).
Fala-se do Algarve (uma região e não uma localidade), com outras condições (climatéricas, de oferta, de alternativas) que a Figueira não tem nem pode ter. O desenvolvimento não passa pelo betão, pelas habitações de aluguer, pela mão estendida à espera do turista e aguardando por melhores dias.
Enquanto for este o pensamento, a Figueira continuará a lamentar-se e em disputas mesquinhas.
O horizonte tem de ser outro.
Foram as celuloses, os texteis, a cimenteira, a vidreira,... que trouxeram gente, fixaram famílias, desenvolveram o porto, as comunicações e criaram riqueza.
O turismo será um complemento, mas aguardar que no século XXI, um concelho olhe para este meio como alavanca para prosperar, é ficar para trás.
Há uns anos, a Figueira perdeu a oportunidade de ter um hotel mais moderno e melhorado. Preferiu reter o passado e desperdiçar o futuro.
Relembrando:
O Grupo Amorim teve um projecto que era transformar o "Grande Hotel" de então num Hotel de 4 e 5 estrelas. Uma localização óptima (quem vem para a Figueira quer ver o mar!). Para isso tinha proposto juntar a Piscina-Praia de então, reduzir, cobrir e transformar a estalagem da mesma em suites. Criar um espaço de jacuzzi, fitness,...no fundo, um hotel com outras condições, outras alternativas, mais moderno e mais adequado às estrelas que possuí.
Estranhamente (?) os "figueirenses" opuseram-se.
Resultado: não há um hotel fronteiro ao mar, adequado aos tempos modernos; a piscina está como está, há projectos de hoteis sem nexo.
2)A torre do Galante.
Se há alguma coisa que a Figueira pode "dar" de diferente, para além do mar, é o "provincianismo".
O casario, a beleza enquadrada, o espaço; e não os caixotes para colocar gente por cima de gente.Para ver caixote, não vale a pena vir para cá. Ou se atrai as pessoas porque é, isso mesmo, atractivo, ou para tentar oferecer "à força", é ilusório.
3) Conservem os espaços verdes.
Destruiram o pinhal sotto mayor, com uma urbanização horrorosa ; o cabo mondego, que era para construções tipo moradia está transformado numa nova "Chelas" (preserva o ex-libris: a chaminé da fábrica de cimento); a zona do Parque de Campismo quase desapareceu (esta designação é enganadora, pois o Parque é mais urbano, que de campismo tem muito pouco)
É de bom grado que reproduzo o seguinte conjunto de comentários recebido por e-mail de um leitor do QuintoPoder, devidamente identificado, a propósito do post "Negócios da China" :
Por partes:
1) Hóteis de 4 e 5 estrelas...
Amiúde, vem à discussão a necessidade de "hoteis de 4 e 5 estrelas para o desenvolvimento do turismo". Não sei se quem lança estas ideias tem noção de quanto custa manter um hotel de 4/5 estrelas durante 12 meses, com o nível que tal exige.
Não sei se tem alguma ideia do número de clientes que é necessário, semanalmente, para equilibrar umea estrutura desse tipo.
Toda a gente fala no "turismo" como se fosse o maná da Figueira.
Hoje, "turismo" implica oferta de 12 meses e não sazonal. A Figueira não tem.(ponto final).
Fala-se do Algarve (uma região e não uma localidade), com outras condições (climatéricas, de oferta, de alternativas) que a Figueira não tem nem pode ter. O desenvolvimento não passa pelo betão, pelas habitações de aluguer, pela mão estendida à espera do turista e aguardando por melhores dias.
Enquanto for este o pensamento, a Figueira continuará a lamentar-se e em disputas mesquinhas.
O horizonte tem de ser outro.
Foram as celuloses, os texteis, a cimenteira, a vidreira,... que trouxeram gente, fixaram famílias, desenvolveram o porto, as comunicações e criaram riqueza.
O turismo será um complemento, mas aguardar que no século XXI, um concelho olhe para este meio como alavanca para prosperar, é ficar para trás.
Há uns anos, a Figueira perdeu a oportunidade de ter um hotel mais moderno e melhorado. Preferiu reter o passado e desperdiçar o futuro.
Relembrando:
O Grupo Amorim teve um projecto que era transformar o "Grande Hotel" de então num Hotel de 4 e 5 estrelas. Uma localização óptima (quem vem para a Figueira quer ver o mar!). Para isso tinha proposto juntar a Piscina-Praia de então, reduzir, cobrir e transformar a estalagem da mesma em suites. Criar um espaço de jacuzzi, fitness,...no fundo, um hotel com outras condições, outras alternativas, mais moderno e mais adequado às estrelas que possuí.
Estranhamente (?) os "figueirenses" opuseram-se.
Resultado: não há um hotel fronteiro ao mar, adequado aos tempos modernos; a piscina está como está, há projectos de hoteis sem nexo.
2)A torre do Galante.
Se há alguma coisa que a Figueira pode "dar" de diferente, para além do mar, é o "provincianismo".
O casario, a beleza enquadrada, o espaço; e não os caixotes para colocar gente por cima de gente.Para ver caixote, não vale a pena vir para cá. Ou se atrai as pessoas porque é, isso mesmo, atractivo, ou para tentar oferecer "à força", é ilusório.
3) Conservem os espaços verdes.
Destruiram o pinhal sotto mayor, com uma urbanização horrorosa ; o cabo mondego, que era para construções tipo moradia está transformado numa nova "Chelas" (preserva o ex-libris: a chaminé da fábrica de cimento); a zona do Parque de Campismo quase desapareceu (esta designação é enganadora, pois o Parque é mais urbano, que de campismo tem muito pouco)