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domingo, dezembro 17, 2006

HIGIENE ALIMENTAR E CHINESICES

O restaurante Galeto, na lisboeta Avenida da República, foi encerrado há dias, por determinação da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica ( ASAE).
A ASAE é comandada por senhor economista, antigo praticante de karate, que gosta de aparecer muito nas reportagens televisivas , com uma nsia de vedetismo que justifica pela necessidade de “fazer pedagogia”, segundo diz .
Parece empenhada numa verdadeira cruzada em prol do cumprimento das disposições legais sobe higiene alimentar, em geral obedecendo de forma cega e serôdia aos elaboradíssimos regulamentos preparados por burocratas de Bruxelas.

O Galeto faz parte de um conjunto de locais de referência da Lisboa académica dos anos 60 e 70, situados um pouco por ali, entre as redondezas da cidade universitária e o IST. Outros locais eram a Mexicana, o Vává, o Café Roma e, este um pouco mais longe, o Califa, para os lados de Benfica.
Entrava-se num táxi, fosse em que área de Lisboa fosse, dizia-se o nome de um daqueles cafés-restaurantes, e não era necessário dar mais indicações. O motorista levava-nos lá direitinhos.

Quando vou ou estou em Lisboa, costumo frequentemente ir comer ao Galeto.
A comida é boa, a ementa é variada, o preço não é caro, o serviço é impecável e rápido.
Na zona dos balcões e do público, nunca por lá vi ou entrevi qualquer indício de falta de higiene. Nem na comida propriamente dita, nem nos balcões, nem nos empregados.
Segundo li na imprensa, os problemas terão sido nas cozinhas situadas na cave.

Não me custa por isso a crer que, à boa maneira dos burocratas portugueses, a súbita fúria de perfeição higienista dos inspectores, se tenha voltado, por exemplo, contra um balde lixo sem pedal, um lavatório de cozinha com torneira manual, a falta de uns quaisquer documentos, licenças ou outras papeladas, uma colher de madeira e não de aço inox para mexer a sopa, uma faca que é utilizada habitualmente tanto para cortar batatas ou carne. Ou uma daquelas muitas mariquices e chinesices que os burocratas das “instâncias comunitárias” prantam em prolixos regulamentos.

E que os inspectores indígenas, sempre ávidos e prontos a mostrar que existem, que estão exemplarmente a par daquilo que melhor se faz na Europa, que são importantes e estão investidos de autoridade, logo tendem a aplicar de forma cega, e minuciosa.
Convirá lembrar que, se tais regras, leis e regulamentos forem tomados escrupulosa e rigorosamente à letra, então que em Portugal se cuidem à roda de 90% dos bares, restaurantes, pastelarias ou mais humildes tasquinhas.
Vão ter mesmo que fechar as portas.

PS
Vem-me à memória a história do galheteiro nas mesas dos restaurantes, para temperar as saladas..
Há mais de um ano, um decreto ou uma portaria proibiu o seu uso em Portugal, obrigando a que fosse substituido por uns frasquinhos invioláveis.
Já depois disso andei por Espanha, Itália, França e Noruega, por exemplo.
Sempre por lá encontrei galheteiros nos restaurantes...

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