quarta-feira, novembro 01, 2006
SOBRE A ENERGIA DE ORIGEM FOTO VOLTAICA
Falou-se muito nos últimos dias da produção de energia eléctrica fotovoltaica.
Portugal poderá efectivamente tornar-se um país lider nesta tecnologia.
Não temos petróleo, nem carvão, nem gás natural.
Temos todavia, sobretudo na parte sul do território, muita energia radiante proveniente do sol . De resto, a fonte e a origem de toda energia, incluindo aquela que foi “condensada” nos combustíveis fósseis, ao longo de milhões de anos.
Mas a produção de energia fotovoltaica não deixa de causar também impactes ambientais muito importantes.
A central de paineis a ser construida em Moura, no Alentejo, irá ocupar uma área de ordem dos 140 a 150 hecatres. Qualquer coisa como outros tantos campos de futebol.
Parece hoje comprovado ( e espero que o esteja de facto...) que o chamado “ energy payback time” ( o tempo que um painel solar fotovoltaico leva a produzir toda a energia gasta para o fabricar) é da ordem dos 2 anos.
O tempo de vida de um painel pode ser de pelo menos 25 anos. Produzirá por isso, ao longo de toda a sua vida útil, dez vezes mais energia do que aquela que foi utilizada no seu fabrico.
Estima-se que seriam precisos 200 km2 de paineis solares para produzir toda a electricidade consumida em Portugal durante um ano.
Qualquer coisa como todo o concelho da Figueira da Foz inteiramente coberto por paineis . Parece muito?
Bem, lembremos que o total da área asfaltada em Portugal, de estradas e auto estradas, é estimado em cerca de 900 km2. Quatro vezes mais.
Na foto:
Uma pequena central fotovoltaica, com uma potência de 4,1 kWp (kilowatts pico), instalada em Santa Comba Dão, e ligada à rede de baixa tensão, num posto de transformação, desde Maio de 2005.
Dá para produzir energia eléctrica para uma família de 4 pessoas, e custará à roda de 25000 Euros.
Como investimento, é ainda bastante caro.
Mas também os telemóveis eram muitos caros, ao princípio...