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quarta-feira, outubro 25, 2006

SER PROFESSOR NA SUÉCIA

Merecedor de reflexão é este testemunho, escrito num registo irónico, ontem publicado no PUBLICO, na secção de cartas ao director.

Sou sueco e professor. Trabalho em Portugal há muitos anos.
(...)
(...) quando vejo a luta que os professores portugueses travam neste momento, sinto uma enorme e desesperante frustração, ao perceber que, na Suécia, toda a classe de professores tem sido, desde lá longos anos, verdadeiramente estúpida e pouco esperta.
Quando, para ter bons indicadores no ensino,com escolas, faculdades e institutos e laboratórios de investigação de bom nível ( para além da saúde e da segurança social), aceitámos pagar 50-52 por cento de IRS, ter a reforma aos 65 anos, pagar 25 por cento de imposto sobre a pensão de reforma, ter um horário na escola mais sobrecarregado, com dedicação a múltiplas actividades, ter um estatuto de carreira mais duro e inflexível do que este que agora se quer introduzir aqui, e ser avaliados com enorme rigor (que nem passaria pela cabeça de qualquer equipa ministerial em Portugal).
(...)
O que me leva a concordar com a luta que os meus colegas portugueses mantêm agora.
Pois, de facto, é muitíssimo melhor pagar só 35 por cento de IRS, pagar nada de imposto sobre a reforma ( ou mesmo os 4 por cento que agora se quer introduzir), trabalhar menos na escola, como até aqui, sem a chatice de a escola ter de estar sempre em funcionamento com actividades da comunidade escolar e da comunidade em geral, com pouca avaliação ou nenhuma, e com um estatuto de carreira mais permissivo.
(...)
“Ah, mas lá têm condições!”, ouve-se.
Sim, têm. E deve ser porque são geniais, pois conseguiram ter condições, antes de as terem criado!
(...)
Fixe-se bem esta realidade absolutamente verdadeira: os suecos não são melhores que os portugueses!...

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