<$BlogRSDUrl$>

segunda-feira, dezembro 19, 2005

OS MILHÕES DA UNIÃO EUROPEIA

A imprensa de hoje publica fotografias do primeiro Ministro exibindo um sorriso muito rasgado, no final da cimeira da União Europeia, realizada em Bruxelas no fim de semana.
Tinha muito boas razões para isso.
As verbas do orçamento comunitário de que Portugal vai beneficiar, no período de 7 anos de 2007 a 2013 ascende a um montante enorme de 22 485 milhões de Euros...Feitas as contas, corresponde a cerca de 8,8 milhões de Euros por dia .
Quase chegaria para construir por dia um Centro de Artes e Espectáculos como o da Figueira da Foz, que tem o glorioso nome de Pedro Santana Lopes.
Aquela verba de muitos milhões representará um decréscimo de 10% relativamente às que Portugal dispôs no Quadro Comunitário anterior .
Uma consequência do alargamento da União Europeia a 25 membros.
Todavia , a quebra deixou descansado quem temeria que ela pudesse vir a ascender a taxas da ordem de 20 % a 25% .
A este propósito, o Diário de Notícias de hoje publica também um editorial, do qual destaco os trechos seguintes, cujo conteúdo tem a meu ver grande pertinência :

Nestes 20 anos de adesão à União Europeia (...) instalou-se em alguns sectores, incluindo o Estado (...) uma preocupante irracionalidade e irresponsabilidade nos investimentos em infra-estruturas físicas.
Os exemplos de proliferação de rotundas, dos centros culturais em todos os cantos e das estações de tratamento de resíduos que não funcionam, são as faces mais caricatas e visíveis desse desperdício de fundos de Bruxelas por parte do sector público (...)
(...)
Neste momento festejam-se os milhões. Seria preferível pensar seriamente numa forma de os aplicar de forma mais eficaz que no passado, aprendendo com as razões que explicam a fraca capacidade de reprodução dos investimentos realizados.
É preferível não gastar tudo a investir em projectos que serão apenas custos no futuro


Acorre-me novamente à memória o Centro de Artes e Espectáculos da Figueira da Foz, o qual cada vez mais adquire contornos de um verdadeiro elefante branco, por vir provocando um volume de despesas correntes a ele directamente associadas, insustentável para os recursos financeiros do Município, como agora se vai tornando cada vez mais claro.

This page is powered by Blogger. Isn't yours?