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quarta-feira, dezembro 28, 2005

A CRISE POLÍTICA NA CÂMARA DA FIGUEIRA

A retirada de pelouros e da qualidade de Vice-Presidente da Câmara a Pereira Coelho, era uma decisão política que o Presidente da Câmara tinha inevitavelmente que tomar . Era a menos má de um leque de soluções possíveis. Pelo menos limita os estragos já causados ou a causar no futuro.
Assobiar para o ar, fingindo que nada se passava e que tudo ia bem, seria insustentavelmente desastroso para o Presidente da Câmara, e em particular para a sua imagem.

Imagino que o futuro não vai ser para ele nada fácil de gerir politicamente.

A meu ver, é difícil de prever o que irá fazer Pereira Coelho.
Se fica ou não fica na vereação; se, ficando, vai ou não criar dificuldades aos membros executivos da Câmara e à própria Câmara Municipal em si mesma; se, em sessões camarárias, vai ou não juntar o seu voto aos dos outros vereadores não executivos eleitos pelo PS ; se vai pedir a suspensão do seu mandato na Câmara Municipal, dedicando-se somente ao exercício do seu mandato de deputado; e se, neste último caso, vai ou não continuar a, por via de terceiros e de pessoas a ele politicamente leais e dedicadas, a intervir e conspirar na vida autárquica local.

A acentuar o conjunto destas várias incógnitas, está desde logo a circunstância de eu não perceber porque é que Pereira Coelho, pessoa com muita experiência nestas coisas dos sinais e das tricas políticas, não se ter apercebido que o gesto do Presidente era inevitável, antecipando-se e sendo ele a devolver as suas competências e o lugar de Vice-Presidente.
Terá sido por arriscada sobre avaliação do seu peso político local ? Por necessidade de vitimização? Ou por estar na posse de trunfos políticos que desejará usar e jogar na altura própria?

De qualquer forma, o Presidente da Câmara apenas tem de se inculpar a si próprio por tudo o que aconteceu e por aquilo que eventualmente venha a acontecer, como consequência de só agora se ter apercebido da menos valia que Pereira Coelho representava na equipa de trabalho autárquico por si liderada.

Não conheço ainda, na íntegra, a justificação de Pereira Coelho para não ter aprovado a proposta de Orçamento para 2006, documento determinante da gestão da autarquia, assim rompendo com a solidariedade esperada pelo Presidente da Câmara, e devida à restante equipa do executivo camarário.
Mas não deixa de ser curiosamente paradoxal que aquela quebra de solidariedade, e a consequente perda da confiança política por parte do Presidente da Câmara tenham a sua origem numa decisão e num voto de não aprovação do orçamento, que a meu ver se justificavam e que foram bem tomados.
Decisão e voto que eu igualmente tomaria, face ao irrealismo da proposta apresentada.
Por razões que tenho justificado neste QuintoPoder.

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