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terça-feira, setembro 20, 2005

UNIVERSIDADE CATOLICA, TERRENOS, VISABEIRA, HOTEL…

A saga do terreno junto das Abadias, que era do Ministério da Defesa, depois foi vendido com determinadas condições à Universidade Católica(UCP), e logo depois foi re-vendido à Visabeira, cujos contornos foram ontem revelados pelo deputado João Portugal, e de que o Diário As Beiras notícia, necessita obviamente de ser muito bem esclarecido e explicado pelos vários intervenientes : Governo, UCP, Visabeira e, claro está, também pela Câmara Municipal da Figueira da Foz.

Não são só os interesses da Figueira da Foz que estão em causa.
Mais importante é a questão da garantia da lisura e da ética negocial de toda esta história.
Um terreno do Estado, alienado para a construção de um campus universitário a uma instituição respeitável, de prestígio e de inegável interesse público, aparece em dois tempos nas mãos de uma empresa imobiliária, a Visabeira, cuja persistente presença em negócios no e com o Município da Figueira da Foz é, a meu ver, excessiva e algo inquietante.
Entretanto, e a crer no que o deputado informou, a tal instituição respeitável, mas privada (a UCP), encaixa na intermediação uma mais valia de 1250 milhões de Euros, equivalente a uma taxa de lucro de 50%...

Como contrapartida à autorização de toda esta cadeia de transacções de um terreno que começou por ser um activo do Estado Português (ou seja público, de nós todos…), o que existe ?
O compromisso da Universidade Católica manter um pólo universitário na Figueira da Foz.
Ou seja, uma mão cheia de nada e outra de coisa nenhuma.
Como se materializa, no plano concreto, esse compromisso?
A Universidade Católica vai ficar realmente amarrada a manter na Figueira da Foz o pólo universitário, seja a que custo e preço for? Mesmo que tenha só uma dúzia de estudantes?
Se para o ano, ou daqui a dois anos, ou daqui a 3 anos, a Universidade Católica encerrar, em definitivo e de facto, o seu pólo universitário na Figueira da Foz, como parece ser inevitável, como se vai honrar o compromisso, e que fica para repor a troca?
A Visabeira deixa de ser proprietária do terreno e este tem de voltar à posse da Universidade Católica?
Ou a Visabeira deixa de ter o direito (será mais um dos tais "adquiridos"?...) e será impedida de construir o tal hotel?
Ou estando este já construído, irá ser então demolido como as torres de Tróia?
E porque motivo o pedido de viabilização do hotel foi apresentado à Câmara Municipal pela UCP e não pela Visabeira?
E quando este pedido foi feito e apreciado, o terreno era ainda da UCP, ou já estava na posse da Visabeira?

Enfim, toda uma série grande de interrogações que importa esclarecer, em ordem a conferir total transparência a todo este processo.

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