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segunda-feira, setembro 19, 2005

O TIRO PELA CULATRA

O tiro pela culatra é o que saiu à candidatura do PSD/Duarte Silva à Câmara Municipal da Figueira da Foz, com a lamentável iniciativa de distribuir como propaganda eleitoral um calendário dos jogos da Naval 1º de Maio, no qual o actual Presidente da Câmara, de cachecol amarelo e verde ao pescoço, aparece numa fotografia junto àquela equipa da bola, do seu treinador e do Presidente do Clube.
Para além do retinto mau gosto do truque eleitoral, releve-se o seu oportunismo e o seu populismo primário, bem ao jeito e ao estilo de Santana Lopes, que por cá deixou escola, da qual já são inúmeros os exemplos.
Quer o treinador, quer o dito Presidente do Clube, vieram a seguir insurgir-se contra o uso abusivo e embaraçoso das suas imagens, e do conteúdo da mensagem que as elas pretendiam transmitir, demarcando-se do truque.
Na fotografia e no balanço finais do incidente, Duarte Silva ficou bastante mal.

Sinceramente, nunca esperei vê-lo a deixar-se colar desta forma ao mundo/submundo do futebol, deixando-se enredar por ele, pela sua imagem, e pela incómoda promiscuidade entre o futebol e o poder local, como tem acontecido em muitos casos, bem conhecidos.
Desejável seria que se tivesse demarcado a tempo.
Mais sensato teria sido se seguisse o bom exemplo de Rui Rio. Não o tendo feito, resta saber como irá sacudir essa colagem quando e se esta se tornar mais incómoda e mais comprometedora, como frequentemente acaba por acontecer na vida nacional.

Mais parece que, também nesta matéria, se verifica a Lei de Gresham, aludida por Cavaco Silva na altura em que Santana Lopes foi para Primeiro-Ministro, em célebre artigo que deu grande contributo para o desgaste da sua imagem, primeiro, e para a sua queda depois.
Ou seja, que na vida política em geral, os maus exemplos têm a tendência natural para afastar os bons exemplos, tal como os maus políticos tendem a afastar os bons e, na economia, a má moeda tende a afastar a boa.
Contrariar o desenvolvimento daquela tendência natural deveria ser o papel da Política…com P grande.

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