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quinta-feira, setembro 22, 2005

“EVITA” FELGUEIRAS E O POPULISMO AUTÁRQUICO

Em Portugal, e pelo menos para já, foi possível conseguir, com a derrota de Santana Lopes, esconjurar o perigo de uma deriva populista no governo central do Estado.

No poder local, porém, e falando em termos gerais, persiste um certo clima de populismo endémico, o qual de resto não é de agora, antes dura e persiste deste há muitos anos.
Tal modelo de populismo atinge por vezes uma fase aguda, quando algumas das suas práticas entram pela alçada da Justiça, originando afloramentos indecorosos e preocupantes, de efeitos deletérios para a sanidade da democracia portuguesa e para a imagem dos políticos autarcas, pagando muitas vezes os justos pelos pecadores.
São exemplos desse populismo agudo os casos mais mediatizados de Isaltino Morais, de Valentim Loureiro, de Ferreira Torres. E agora o caso mais escandaloso de “Evita “ Felgueiras.

Mas em geral, nas autarquias, pode mais falar-se de um sindroma, de uma propensão quase atávica para um populismo soft , mais de natureza crónica , que habitualmente se traduz, por exemplo, e com variáveis gradações :
-na febre despesista e inauguracionista que costuma anteceder as eleições autárquicas;
-na proliferação de “boletins municipais”, com muita propaganda e muitas fotos do Sr. Presidente, profusamente distribuídos pelos munícipes;
- na obsessão de assinaturas de protocolos e colocação de placas celebrativas, por tudo e por nada, para fazer crer que se faz obra e as coisas estão a mexer ;
- na procura ou pelo menos na aceitação de uma promiscuidade com a esfera do futebol local ;
- ou ainda no estilo imprimido à própria campanha eleitoral, recorrendo com frequência a espectáculos “musicais” com Quim Barreiros, ou outros cantadores do mesmo nível artístico e cultural.

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