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domingo, julho 17, 2005

REVISTA DA IMPRENSA DE FDS

As desculpas do terrorismo
Só há uma coisa em que os terroristas são melhores do que a matar- é a arranjar desculpa.
A responsabilidade pela morte de dezenas de pessoas em Londres é(...) da guerra no Iraque. E, antes disso, da invasão do Afeganistão. E, antes disso, da existência de bases militares americanas na Arábia Saudita. E, antes disso, do massacre de muçulmanos na Bósnia, que os ocidentais não quiseram evitar. E, antes disso, da formação do Estado de Israel. E, antes disso, como foi invocado pelo próprio Bin Laden numa mensagem gravada numa caverna, e para que não restassem dúvidas de que eles de facto têm boas e antigas razões para estarem furiosos connosco, da reconquista de Espanha aos mouros em 1492.
Quer dizer: mesmo sem o Iraque, sem o Afeganistão, sem a Arábia Saudita, a Bósnia ou Israel, o atentado terrorista de Londres teria sempre como desculpa uma batalha do século XV.
O dr. Mário Soares e todas as outras pessoas que comentaram o atentado com frases cheias de “mas”, “porém”, “todavia” e “contudo”, deviam meditar sobre este supremo pecado cometido pelos reis católicos Fernando e Isabel.
(in Editorial da revista Sábado de 16.Julho.2005)

Estranhos comunicados
(...)
No mundo anglo-saxónico, face às acusações publicadas nas notícias envolvendo responsáveis do Grupo [Espírito Santo] em actividades ilícitas, estas só suscitariam duas respostas separadas, complementares ou interligadas: uma, era a utilização de processos judiciais, se houvesse a certeza que se tratava de calúnias; a outra, prévia à anterior, só podia ser o anúncio de um inquérito interno para esclarecimento de responsabilidades, caso as houvesse.
Nunca usando comunicados em publicidade paga para se defender e mandar alguns avisos à navegação.
(Pacheco Pereira, in revista Sábado de 16.Julho.2005)


A fraude organizada
(..)
Para a Associação de Professores de Matemática, a culpa do aterrador número de negativas é da prova de exame, para além de ter o defeito de ser “demasiado exigente” pressupunha que os professores tivessem ensinado às crianças “ todo o programa”.
É inegável que os professores têm alguma razão. Se o exame fosse mais fácil haveria menos negativas. Se em vez de abarcar “todo o programa” as perguntas se limitassem a uma parte
( pequena, de preferência) do mesmo, o número de baixas seria consideravelmente menor. “
(...)
Nunca um trabalhador, aos olhos do sindicato, será responsável por algo que corra mal, por um acidente, por uma falha na linha de produção, por um produto mal acabado. A culpa será sempre, inevitavelmente, dos outros . dos gestores, dos dirigentes, dos patrões.”
( José Júdice, in O Independente de 15.Julho.2005)

Rotundas e mamarrachos
A construção de rotundas é uma caricatura do género das obras vistosas,, mas por vezes inúteis, que os autarcas gostam de inaugurar em vésperas de irem a votos.
Quem visa assegurar a reeleição sabe que a memória dos munícipes é curta. Feita esta constatação, os derradeiros meses de mandato são aproveitados para completar projectos, lançar novas iniciativas e apostar na transmissão de uma imagem de frenética actividade, mesmo que ilusória, destinada a conquistar apoios e a limitar o terreno dos opositores (...) ”
( João Cândido da Silva, in Publico de 16.Julho.2005)

A atoarda
(...)
O que não é natural, nem aceitável, é haver um sindicato - ainda por cima um sindicato de polícia – que não tenha a noção da responsabilidade que lhe cabe e admita que em seu nome circule a ameaça de um bloqueio às pontes 25 de Abril e Vasco da Gama no caso do Governo não ceder às sua exigências.
O facto dessa hipótese ter sido levantada numa reunião sindical por homens que, lá por contestarem o Governo, não deixam de ser polícias, já é de bradar aos céus.
Que uma associação profissional representativa não desminta nem se distancie da criminosa atoarda, isso, então, é de estarrecer.
( Fernando Madrinha, in Expresso de 16.Julho.2005)

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