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domingo, julho 24, 2005

OTAS E TGV’s - PALPITES DE UM TREINADOR DE BANCADA

Sobre as questões actualmente em debate, quanto aos benefícios e aos custos da OTA e do TGV, as minhas opiniões valem o que valem. Decerto bem pouco, pois sobre elas tenho nenhuma competência, reduzidos conhecimentos e escassos elementos para um juizo bem fundamentado.
Socorro-me tão só de algum bom senso, na presunção de que o tenho.
Mas mesmo assim, aqui ficam. Passíveis de serem corrigidas, sem preconceitos, se me convencer que estava a ver mal as coisas.

1.TGV- Linha Lisboa a Madrid
Sou a favor. Deve avançar desde já. Há fundos de coesão a aproveitar e tem uma dimensão estratégica, Não será bom para o Portugal futuro que a rede de TGV’s, em dinâmico desenvolvimento, vá apenas até Madrid, Sevilha ou Badajoz, ficando Portugal fora dela, em posição cada vez mais periférica.

2. TGV – Linha Lisboa-Porto
Sou contra. Não vejo necessidade. Vamos ficar com duas linhas férreas, quase em paralelo através da faixa litoral, uma onde se circula a 300 km/h e noutra onde se pode circular a 200 km/h, só para numa delas se poder poupar 45 minutos no percurso de Lisboa ao Porto ou vice versa?
Aumente-se um pouco mais a velocidade dos comboios pendulares e façam-se estes a andar com pontualidade, que o pessoal já fica satisfeito.
Mais alguns milhões de euros investidos na final melhoria da linha actual, e teremos que chegue, por muitos anos.

3. TGV – Linha Porto-Vigo
Sou contra. Também não vejo necessidade. Na relação de escalas entre Portugal e Espanha, o Porto corresponde a Barcelona, não a Vigo.
A actual linha do Minho, melhorada e corrigida em alguns dos seus troços, electrificada e porventura duplicada, deve chegar para ir do Porto a Vigo em duas horas.
Além disso, não vejo muito bem por onde, entre o denso povoamento disperso característico da região entre Douro e Minho, se vai “enfiar” um leito de balastro com vários metros de largura.

4. TGV – Outras putativas linhas
São uma fantasia. Como já o eram quando foram anunciadas pelo governo de Durão Barroso naquela espectacular cimeira ibérica realizada na Figueira da Foz.

5. Novo aeroporto na OTA
Aqui tenho muitas dúvidas. A coisa custa milhões. Será bom fazer e refazer os cálculos muito bem, para ver se haverá cacau que chegue, e se há retorno e efeito multiplicador suficientes que não se transformar o aeroporto uma grande elefante branco. Mas à partida, também não sou contra.
Além do mais, faz-me sempre muita espécie quando aterro em Lisboa, sobrevoando a poucos metros a parte norte da capital e a 2ª circular, em verdadeiro “espectáculo” como não acontece com mais nenhuma grande cidade europeia que eu conheça.
Estocolmo, Gotemburgo, e mais recentemente Milão e Atenas construiram novos aeroportos nos últimos 25 a 30 anos, a dezenas de quilómetros das respectivas cidades.
Também se me levantam dúvidas quando ouço gente conhecedora afirmar que mais de 80 movimentos de aviões por dia, às horas de ponta, não se podem fazer na Portela, por falta de capacidade; não tem pistas nem parques de estacionamento que cheguem para as aeronaves.
E os espaços disponíveis para ampliações são cada vez mais reduzidos.
Um estudo publicado em Outubro de 2004, feito com a coordenação de Miguel Frasquilho ( actual deputado e porta voz do PSD para os assuntos económicos), conclui que “ a longevidade do aeroporto da Portela poderá ser assegurada por mais de 20 anos”. Sei haver quem aponte para longevidade bem menor.

E por fim, não poderei esquecer que um novo aeroporto tardará pelo menos uma década até estar operacional. E 20 anos passam num instante. Vejam só: Portugal está na União Europeia há 20 anos!,,,
Se não se começarem já os estudos e os trabalhos preliminares, apostando no “depois logo se vê...” poderemos ter, a médio-longo prazo, bloqueamentos muito graves nas ligações aéreas com o resto do mundo.

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