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domingo, julho 31, 2005

O BRASILEIRO DE LONDRES

Sobre o comportamento da polícia inglesa na lamentável e dolorosa morte de um cidadão brasileiro, confundido com um terrorista, Mário Soares fez aqui há dias, na Figueira da Foz, declarações que em minha opinião são desprovidas de qualquer sentido de responsabilidade.
Ou seja, para chamar os bois pelos nomes, e porque em democracia não há vacas sagradas, declarações lamentavelmente levianas e totalmente irresponsáveis.

A este propósito recomendo a leitura da crónica de Ferreira Fernandes, publicada na última revista Sábado. Transcrevo dela alguns trechos mais significativos.

(...)
Morreram a 7 de Julho 56 londrinos de 12 nacionalidades. Na semana passada, morreu mais um, brasileiro. Todos vítimas dos mesmos terroristas islâmicos.
(...)
Há dor desesperada na mãe de Jean Charles, há dor pungente no Sr. Matozinho, o pai, mostrando a foto do filho.
Leio tambem que em Londres alguns brasileiros cantam o hino nacional deles, entre lágrimas, e vão distribuir T-shirts com o retrato de Jean Charles e a frase “ I’m brazilian, don’t shoot me”.
E esta dor, quem não percebe?. Eu. Não entendo a estupidez.
(...)
Os terroristas, no caso londrino, são jovens e com a pele mais escura que a dos ingleses médios.
Isso não quer dizer que todos os jovens mais morenos devam ser considerados terroristas. Mas quer dizer que todos os jovens mais escuros podem ser olhados com maior atenção pela polícia.
Não é racismo de polícia, é bom senso.
Durante o Euro 2004, quando a nossa polícia era chamada a Albufeira por causa dos hooligans, ela olhava com mais atenção não os jovens escuros, mas os barrigudos louros.
A polícia de Fortaleza, Brasil quando consta o desembarque de passageiros vindos da Escócia para turismo sexual, não olha com cuidado os jovens escuros, mas os quarentões louros. Isso quando a portuguesa, portuguesa e brasileira, é boa.
(...)
Claro que, se eu fosse o Sr.Matozinho, o pai do jovem, estaria destroçado. Provavelmente, estar-me-ia nas tintas para Londres inteira. Mas, se eu fosse um simples brasileiro de Londres, não estaria com aqueles imbecis que comem no prato de segurança que os polícias londrinos lhes servem.
Se há T-shirt a usar-se por qualquer londrino, brasileiros inclusive, é : “ Nós somos todos vítimas do terrorismo. Obrigado a quem o combate” .

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