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quarta-feira, abril 13, 2005

ESTUDOS E OPÇÕES MUNICIPAIS SOBRE A ÁGUA

Na reunião da Câmara Municipal da Figueira da Foz (CMFF) de 19 de Outubro de 2004, foi aprovado, por maioria, o 2º Aditamento ao actual contrato de concessão de abastecimento de água ao Concelho, o qual data de1999.
A celebração deste aditamento determinou a aceitação, por parte da CMFF, de uma sucessão de grandes aumentos ( há quem lhes chame “ajustamentos”…) dos tarifários da água, no imediato e para o próximo futuro, até 2010.
Os aumentos imediatos cifram-se, como tem sido amplamente divulgado, em taxas de aumentos de 30% e 40%. Será preciso recuar aos tempos do final da década de 70 e início da década de 80 (quando a inflação chegava a atingir valores de 25 a 30%) para encontrarmos aumentos dos preços dos bens desta ordem de grandeza.

Na introdução à proposta de aprovação do tal 2º aditamento, o Presidente da Câmara referiu que :

“(…) Considerando (…) que a opção tomada por este Município de não integrar o Sistema Multi-Municipal implicou (…)

Recorde-se que se estava ainda no início da reunião camarária de 19 de Outubro.
A Câmara Municipal não aprovara ainda o 2º Aditamento. Só o faria lá mais para diante na reunião.
Nem tão pouco o mesmo fora ainda aprovado pela Assembleia Municipal, o que só viria a acontecer em sessão extraordinária de 3 de Novembro de 2004..
Terá sido essa opção sido concreta e explicitamente colocada antes, à consideração e apreciação dos órgãos municipais, representantes dos munícipes?
Sinceramente, não me recordo de ver ou ouvir referências a tal.

Em Maio de 2002, pelo menos, estava ainda em cima da mesa a opção da Figueira da Foz integrar o Sistema Multi-Municipal.
Tanto mais que a empresa Águas de Portugal (AdP )perguntava então como é que era…desejando saber qual era a posição do Município da Figueira da Foz sobre o assunto, tendo particularmente em conta os 10 milhões de Euros ( 2 milhões de contos) que a AdP aceitara “disponibilizar/adiantar” ao Município, depois de acordo feito com Santana Lopes.
Por essa altura, o Sistema Multi-Municipal estava em fase preliminar de constituição, e havia sobre ele grossos volumes e dossiês com estudos de variada natureza.

Poderá eventualmente concluir-se que a Câmara Municipal, ao aprovar o 2º Aditamento, como o fez, acabou ao fim e ao cabo por tomar a dita “ opção de não integrar o Sistema Multi-Municipal “.

Mas então, a que estaria o Presidente da Câmara a aludir no mencionado considerando ?
A acta da reunião camarária, em matéria de esclarecimentos prestados pelo Presidente da Câmara é muitíssimo parca em dados e em números justificativos, contendo elementos praticamente irrelevantes para uma bem fundamentada decisão por parte da Câmara Municipal e para um adequado esclarecimentos dos cidadãos munícipes.
Segundo a mesma acta, foi presente na reunião a proposta do 2º Aditamento.
A qual , presumo, conteria a informação de que fora negociado um escalonamento de subidas tarifárias em 3 fases : “da ordem” dos 7% em 2005 , “da ordem” dos 20% em 2007 e da “ordem” dos 13,2 % em 2010, o que representava um aumento global de 45,3 % no período de 2005 a 2010.
Com efeito, segundo a acta da Assembleia Municipal de 3 de Novembro de 2004, esta informação foi nela explicitamente prestada pelo Presidente da Câmara.
O qual acrescentara então :” ficando abaixo do tarifário que resultaria se entrassem no Sistema Multi-Municipal”.

Ora, perante os dois cenários possíveis (aderir ao Sistema Municipal, por um lado, ou negociar o 2º Aditamento, por outro) deverá haver, com toda a certeza, alguns estudos de balanços benefício-custo, comparando as 2 alternativas.
Nem me passa pela cabeça que esses estudos não existam.
Nem que a decisão haja sido proposta pelo Presidente da Câmara, e aprovada, sem esses estudos terem sido feitos.
Importava saber se foram ou não presentes á apreciação dos órgãos municipais, representantes dos munícipes.
E importaria também disponibilizar esses estudos directamente aos munícipes e à opinião pública.
Para sereno esclarecimento destes, e a bem da transparência que deve existir na gestão municipal num Estado democrático.

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