segunda-feira, fevereiro 14, 2005
UM VENDAVAL DE PROGRESSO VARREU A FIGUEIRA DA FOZ!...
Volto à grandiosa obra de Santana Lopes chamada “ Figueira – A minha história” .
Como já referi, da sua leitura divertida se pode retirar um retrato muito fiel do carácter e do perfil psicológico do seu autor.
Sempre num estilo épico, Santana Lopes descreve a Figueira imediatamente antes da sua chegada, como se esta cidade e este concelho fosse uma terra atrasada e parada no tempo, qual pequena vilória adormecida no interior do Portugal profundo, ou do distante far-west .
Um dos primeiros capítulos tem mesmo o curioso nome de “ O Admirável Mundo Novo”, que de facto nos remete para a sugestão do far-west e dos índios que nele habitavam.
Nele Santana Lopes escreveu sobre a Figueira nacos de prosa como os seguintes:
“ Uma área considerável de campos de arroz, mata, pinhal e courelas à escala do consumo doméstico, sem qualquer viabilidade económica aparente”
“ Tirava o chapéu aos empresários que se tinham estabelecido naquele Oeste desprovido de vias de comunicação compatíveis com as exigências de um mundo nacional e global . A auto-estrada Lisboa-Porto ficava a quarenta e cinco quilómetros bem medidos por uma estrada que multiplicava perigos, entre as curvas, o movimento local e a falta de qualidade rodoviária. A linha de caminho-de-ferro, oitocentista, não chegava para as encomendas e o porto (....) também não dava resposta a navios de grande porte, por falta de acessibilidade “
(...) “ Em nenhum outro lugar do país, a célebre frase “ o passado é um país estrangeiro” parece revelar um realismo tão cru. “
“ Parecia que a Figueira repetia, no seu calendário e na sua geografia, esta mesma diferença : nos três ou quatro meses de Verão, a riqueza; no resto do Inverno, a sobrevivência ; na cidade, o desenvolvimento; e nas freguesias, a mais pura miséria, no tal litoral que o país considera privilegiado”
“ Mas nem toda essa escola de proximidade aos vários meios sociais de Lisboa ou da Beira dos meus avós, me dera a noção da subsistência mais básica que agora observava das freguesias rurais da Figueira da Foz”
É este o escuríssimo quadro que Santana Lopes pinta da Figueira da Foz do princípio de 1998 .
Foi para esta Figueira que ele veio ser o redentor, o salvador.
Depois da sua passagem pela Figueira da Foz, gerando um vendaval imenso de progresso como antes nunca se vira, a nossa terra está irreconhecível, completamente diferente, para muitíssimo melhor, como todos podemos testemunhar vivendo o nosso dia a dia figueirense... Não está? .
E tudo se deve a Ele, o redentor. ..
Volto à grandiosa obra de Santana Lopes chamada “ Figueira – A minha história” .
Como já referi, da sua leitura divertida se pode retirar um retrato muito fiel do carácter e do perfil psicológico do seu autor.
Sempre num estilo épico, Santana Lopes descreve a Figueira imediatamente antes da sua chegada, como se esta cidade e este concelho fosse uma terra atrasada e parada no tempo, qual pequena vilória adormecida no interior do Portugal profundo, ou do distante far-west .
Um dos primeiros capítulos tem mesmo o curioso nome de “ O Admirável Mundo Novo”, que de facto nos remete para a sugestão do far-west e dos índios que nele habitavam.
Nele Santana Lopes escreveu sobre a Figueira nacos de prosa como os seguintes:
“ Uma área considerável de campos de arroz, mata, pinhal e courelas à escala do consumo doméstico, sem qualquer viabilidade económica aparente”
“ Tirava o chapéu aos empresários que se tinham estabelecido naquele Oeste desprovido de vias de comunicação compatíveis com as exigências de um mundo nacional e global . A auto-estrada Lisboa-Porto ficava a quarenta e cinco quilómetros bem medidos por uma estrada que multiplicava perigos, entre as curvas, o movimento local e a falta de qualidade rodoviária. A linha de caminho-de-ferro, oitocentista, não chegava para as encomendas e o porto (....) também não dava resposta a navios de grande porte, por falta de acessibilidade “
(...) “ Em nenhum outro lugar do país, a célebre frase “ o passado é um país estrangeiro” parece revelar um realismo tão cru. “
“ Parecia que a Figueira repetia, no seu calendário e na sua geografia, esta mesma diferença : nos três ou quatro meses de Verão, a riqueza; no resto do Inverno, a sobrevivência ; na cidade, o desenvolvimento; e nas freguesias, a mais pura miséria, no tal litoral que o país considera privilegiado”
“ Mas nem toda essa escola de proximidade aos vários meios sociais de Lisboa ou da Beira dos meus avós, me dera a noção da subsistência mais básica que agora observava das freguesias rurais da Figueira da Foz”
É este o escuríssimo quadro que Santana Lopes pinta da Figueira da Foz do princípio de 1998 .
Foi para esta Figueira que ele veio ser o redentor, o salvador.
Depois da sua passagem pela Figueira da Foz, gerando um vendaval imenso de progresso como antes nunca se vira, a nossa terra está irreconhecível, completamente diferente, para muitíssimo melhor, como todos podemos testemunhar vivendo o nosso dia a dia figueirense... Não está? .
E tudo se deve a Ele, o redentor. ..