quinta-feira, fevereiro 03, 2005
A DERIVA TRAULITEIRA E A PATULEIA
Desde há uns meses a esta parte, Portugal tem corrido, com Santana Lopes, o perigo de ser vítima da chamada deriva populista. Correria agora também o risco de ser vítima da deriva trauliteira, caso a coligação PPD-PP tivesse maioria absoluta nas próximas eleições legislativas.
É o que importa lembrar e denunciar, face às inqualificáveis e reles arengadas de Sua Exª o Senhor Ministro Nobre Guedes, incitando as “populações “ de Coimbra a impedirem a entrada de José Sócrates . A que arrepiante despautério chegamos!
O painel de propaganda do PPD-PSD colocado à entrada da Figueira da Foz, com muitas chaminés a lançarem para o ar densos fumos negros, pretendendo daquela maneira criar fantasmas e diabolizar a solução de co-incinerar resíduos industriais perigosos nos fornos de cimento, é de muito mau gosto. E revela, por parte dos seus autores e mentores, um arrepiante primarismo , uma assombrosa ignorância ( ou será má fé?...) e uma triste indigência intelectual .
Tal atitude, vem na linha da descrição feita por Júlio Diniz no seu romance “ A Morgadinha dos Canaviais “ ( sou do tempo em que o livro era de leitura obrigatória no 3º ano do Liceu!...) .
Perante a acertada decisão do governo de então, proibindo o enterramento dos cadáveres dentro das igrejas, o país profundo, oitocentista, manipulado pelo obscurantismo do clero e por caciques trauliteiros sem escrúpulos, manifestou-se nos levantamentos “populares” que dariam origem às revoltas da Maria da Fonte e da Patuleia .
Se estou bem lembrado, o trauliteiro que, na aldeia da Morgadinha , incitava ao levantamento popular, era o Joãozinho das Perdizes, criatura anafada, sanguínea, amigo dos copos, caçador e bronco até dizer chega. Passaram quase 150 anos, mas continuamos a ver muitos Joãozinhos das Perdizes por este pobre país fora.
Com reacções destas , e com os dirigentes políticos locais e nacionais que temos tido nos últimos tempos, quer-me parecer que, se fosse hoje, não viriam para a Figueira da Foz nem a Celbi nem a Soporcel .
Desde há uns meses a esta parte, Portugal tem corrido, com Santana Lopes, o perigo de ser vítima da chamada deriva populista. Correria agora também o risco de ser vítima da deriva trauliteira, caso a coligação PPD-PP tivesse maioria absoluta nas próximas eleições legislativas.
É o que importa lembrar e denunciar, face às inqualificáveis e reles arengadas de Sua Exª o Senhor Ministro Nobre Guedes, incitando as “populações “ de Coimbra a impedirem a entrada de José Sócrates . A que arrepiante despautério chegamos!
O painel de propaganda do PPD-PSD colocado à entrada da Figueira da Foz, com muitas chaminés a lançarem para o ar densos fumos negros, pretendendo daquela maneira criar fantasmas e diabolizar a solução de co-incinerar resíduos industriais perigosos nos fornos de cimento, é de muito mau gosto. E revela, por parte dos seus autores e mentores, um arrepiante primarismo , uma assombrosa ignorância ( ou será má fé?...) e uma triste indigência intelectual .
Tal atitude, vem na linha da descrição feita por Júlio Diniz no seu romance “ A Morgadinha dos Canaviais “ ( sou do tempo em que o livro era de leitura obrigatória no 3º ano do Liceu!...) .
Perante a acertada decisão do governo de então, proibindo o enterramento dos cadáveres dentro das igrejas, o país profundo, oitocentista, manipulado pelo obscurantismo do clero e por caciques trauliteiros sem escrúpulos, manifestou-se nos levantamentos “populares” que dariam origem às revoltas da Maria da Fonte e da Patuleia .
Se estou bem lembrado, o trauliteiro que, na aldeia da Morgadinha , incitava ao levantamento popular, era o Joãozinho das Perdizes, criatura anafada, sanguínea, amigo dos copos, caçador e bronco até dizer chega. Passaram quase 150 anos, mas continuamos a ver muitos Joãozinhos das Perdizes por este pobre país fora.
Com reacções destas , e com os dirigentes políticos locais e nacionais que temos tido nos últimos tempos, quer-me parecer que, se fosse hoje, não viriam para a Figueira da Foz nem a Celbi nem a Soporcel .
A nossa paróquia continuaria a ser, sobretudo, uma estância balnear, terra de casino, de jogo, de férias , de folguedos e de constante animação. Mas só praticamente no verão...Num verão de apenas dois meses.
Seria assim uma espécie de Pedrogão, ou Vieira de Leiria, ou São Martinho do Porto, em versão melhorada .